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Daqui a menos de dois meses, Brumadinho, em Minas Gerais, completará sete anos do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, responsável pela morte de 272 pessoas e desaparecimento de outras. O desastre causou impactos ambientais e sociais duradouros.

Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conduzida pelo Projeto Brumadinho, indica que 70% dos domicílios relataram adoecimento físico ou mental desde a tragédia. Sintomas frequentes incluem estresse, insônia, ansiedade, hipertensão e episódios depressivos.

Mais da metade dos adultos da cidade passou por acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. O levantamento também aponta piora de doenças crônicas e aumento da demanda por serviços especializados. Atualmente, 76% das famílias relatam dificuldades para acessar consultas, exames e tratamentos.

A insegurança sanitária continua presente. Cerca de 77% das famílias manifestam receio de contaminação de alimentos. Metais pesados como manganês, arsênio, chumbo, mercúrio e cádmio permanecem em diferentes ambientes, sendo a água o principal vetor de risco.

Segundo o estudo, 85% dos domicílios percebem impactos no uso da água para consumo e 75% afirmam que o fornecimento e a qualidade permanecem comprometidos. A desconfiança em relação a produtos locais, conhecida como “lama invisível”, segue afetando o cotidiano da população.

Economicamente, o município ainda sofre perdas significativas. O professor Ricardo Machado Ruiz, um dos autores da pesquisa, estima que Brumadinho poderia perder entre R$ 7 bilhões e R$ 9 bilhões de PIB no longo prazo sem o acordo de reparação firmado em 2021. Com os recursos aplicados, o prejuízo cai para R$ 4,2 bilhões a R$ 5,4 bilhões, mas permanece relevante.

A pesquisa destaca que a mineração, atividade central antes da tragédia, foi substituída parcialmente por programas de reparação, mas pequenos negócios e atividades informais continuam fragilizados. O futuro econômico da cidade depende da diversificação das atividades produtivas.

*Rafael Cardoso / Agência Brasil

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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