Com a colaboração de Emanuela de Sousa

Representantes do setor administrativo de diversas unidades de saúde do estado iniciaram nesta segunda-feira (20) uma greve aprovada por unanimidade em assembleia. Esta é a primeira vez que a categoria paralisa suas atividades.

“A gente está reivindicando, principalmente, as gratificações para o setor administrativo, que hoje não temos. Também a redução da jornada, pois, de acordo com o PCCR, somos os mais prejudicados, além do pagamento das horas extras”, destacou a servidora Lillian Fonseca.

Entre as demandas, os servidores também exigem o pagamento de insalubridade, alegando que exercem suas funções expostos a situações de risco.

“Nenhum servidor administrativo recebe insalubridade, mesmo quando temos contato com prontuários que contêm manchas de sangue e secreções. Passamos perto de necrotérios, salas cirúrgicas, estamos expostos a vários perigos e não recebemos nenhuma compensação por isso”, denunciou o servidor Edineiwes Rocha.

Com o início da paralisação, a diretora do Sindsaúde, Jucirene Oliveira, denuncia que a categoria tem sido alvo de tentativas de intimidação por parte do Governo do Estado.

“Essa reivindicação já vem de muito tempo. No entanto, quando decidiram iniciar a greve a partir de hoje, o Governo do Estado publicou uma nota tentando intimidar os trabalhadores para que não participassem do movimento. Alguns ficaram com medo e não compareceram”, afirmou.

Jucirene Oliveira

Procurado pelo Jornalismo TCM, o secretário estadual de Saúde, Alexandre Motta, reafirmou o diálogo com a categoria.

“A gente entende que a reivindicação deles é justa, mas o Governo entende que, neste momento, não tem condições de atender plenamente todas as solicitações apresentadas. Algumas demandas já foram atendidas, mas outras não temos capacidade financeira nem legal, pois já estamos no limite prudencial. Mantemos o diálogo aberto, mesmo que até agora não tenha resultado na resolução completa do problema. Houve uma insatisfação do sindicato em relação a uma nota, que não foi lançada por mim, mas que eu endosso, deixando claro que ela orienta a conformidade administrativa sobre o encaminhamento da greve. Cabe ao sindicato conduzir a greve, e nós respeitamos isso. Porém, é nossa responsabilidade garantir o cumprimento do mínimo necessário para o funcionamento, conforme previsto em lei. Administrativamente, não temos alternativa senão emitir essa nota explicativa, estabelecendo os limites da greve e as necessidades mínimas de funcionamento da Sesap”, explicou.

A programação de mobilização e greve seguirá ao longo da semana.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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