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Foto: marcos moura/Divulgação
GESTÃO dos resíduos a partir da coleta, triagem e destinação dos recicláveis ​​se torna oportunidade de renda

Por muito tempo, a sustentabilidade corporativa ficou restrita aos muros da empresa com ações como reduzir o consumo de energia, reciclar resíduos, publicar um relatório bonito de ESG. Porém, esse ciclo está se encerrando. A grande virada, que já está em curso e que se consolidará em 2026, é a integração profunda da sustentabilidade nas cadeias de valor, quando as empresas passam a ser cobradas não apenas pelo que fazem dentro de casa, mas por tudo o que acontece do fornecedor ao consumidor final.

Na prática, isso significa olhar para a cadeia de valor, expressão usada para descrever todas as etapas envolvidas na produção de um bem ou serviço da extração de matéria-prima, transporte, fabricação, distribuição ao descarte. Não basta mais ter boas práticas no escritório, no início da cadeia, há desmatamento, trabalho precário ou emissões descontroladas.

É aí que entra a chamada due diligence socioambiental, termo em inglês que significa diligência prévia, processo contínuo de identificar, prevenir e corrigir riscos ambientais, sociais e de direitos humanos associados a fornecedores e parceiros. Que venha 2026!

Escopo 3

O ano novo também traz novidade em relação às emissões do Escopo 3. Diferentemente dos Escopos 1 e 2, que abrangem emissões diretas e o consumo de energia da própria empresa, o Escopo 3 inclui todas as emissões indiretas da cadeia, do combustível usado no transporte de insumos ao impacto do produto após a venda. Em muitos setores, essas emissões representam mais de 70% da pegada de carbono total, o que explica por que os investidores e reguladores passaram a exigir transparência e análises mais robustas.

Para dar conta dessa complexidade, cresce o uso de tecnologias como o blockchain, sistema de registro digital descentralizado que permite rastrear informações de forma segura e transparente. Na sustentabilidade, ele vem sendo usado para comprovar a origem de materiais-primas, verificar certificações ambientais e monitorar condições de trabalho, fraudes fiscais e aumentar a confiança dos dados reportados.

Resíduos têxteis

A Lupo inaugurou, nesse mês, sua primeira loja construída com tijolos feitos a partir de resíduos têxteis, marcando um novo passo em seu modelo de varejo sustentável. A unidade, localizada em Roseira, no interior de São Paulo, funciona como um laboratório de economia circular.

Os blocos foram desenvolvidos pela empresa Wolf, de Araraquara, a partir de resíduos de poliamida gerados no próprio processo produtivo da Lupo. A iniciativa transforma um passivo ambiental em ativo construtivo, reduzindo impactos e fechando o ciclo da cadeia produtiva.



Foto de Carol Kossling

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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