Inatividade física cresce em todo o mundo e pode atingir 35% da população nos próximos cinco anos, aumentando risco de infarto, derrame e câncer
Um estudo conduzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em parceria com pesquisadores internacionais e publicado na revista The Lancet Global Health, revelou que quase um terço dos adultos (31%) em todo o planeta, aproximadamente 1,8 bilhão de pessoas, não atingiu os níveis mínimos recomendados de atividade física em 2022[1,2]
Segundo o levantamento, a inatividade aumentou cerca de 5 pontos percentuais entre 2010 e 2022 e, se a tendência continuar, pode atingir 35% da população até 2030, afastando o mundo da meta global de reduzir em 15% o sedentarismo no mesmo período. A OMS recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade vigorosa por semana[3] para que uma pessoa não seja considerada sedentária.
Para Patrícia Alves de Oliveira, cardiologista do Sírio-Libanês, a falta de movimento já é considerada uma ameaça silenciosa à saúde pública, elevando o risco de doenças cardiovasculares e de alguns tipos de câncer, como o de mama e o de cólon. “O sedentarismo já pode ser considerado uma epidemia moderna”, explica a especialista.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 47% dos adultos brasileiros são sedentários. Este número cresce para 84% entre os jovens[4]. O Brasil ocupa hoje o quinto lugar no ranking mundial de sedentarismo e lidera na América Latina[3].
Segundo a cardiologista, o uso prolongado de dispositivos eletrônicos contribui para o aumento do tempo sentado e altera padrões de sono, elevando a pressão arterial e favorecendo ganho de peso. “A tecnologia trouxe inúmeros benefícios, mas também intensificou o sedentarismo. Muitas atividades hoje são automatizadas ou feitas por controle remoto, reduzindo drasticamente o movimento diário. E o sedentarismo, por si só, já aumenta o risco de doenças cardíacas, assim como os fatores tradicionais como hipertensão e obesidade”, reforça.
“Não é preciso ser atleta para reduzir riscos cardiovasculares. Pequenas mudanças, como subir escadas, caminhar curtas distâncias e diminuir o tempo sentado, já ajudam a quebrar o ciclo do sedentarismo”, conclui Patrícia.
Confira cinco dicas simples e práticas para combater o sedentarismo no dia a dia:
- Suba escadas em vez de usar elevador – pequenas mudanças de hábito já contam como atividade física.
- Faça pausas ativas durante o trabalho – levante-se a cada hora para alongar ou caminhar por alguns minutos.
- Reduza o tempo de tela – estabeleça pausas regulares para levantar-se, alongar e evitar passar horas seguidas em frente ao computador, celular ou TV.
- Inclua movimento em tarefas diárias – caminhar enquanto fala ao telefone, levar o cachorro para passear ou dançar enquanto arruma a casa.
- Troque o carro por caminhada ou bicicleta em trajetos curtos, aproveitando para se movimentar naturalmente.
O Guia de Receitas para o Paciente Cardiológico está disponível gratuitamente no site do Hospital Sírio-Libanês. Acesse:Link