São Paulo intensifica combate à falsificação de bebidas após casos de contaminação por metanol
O governo do Estado de São Paulo ampliou as ações de combate à falsificação de bebidas, após a confirmação de casos de intoxicação por metanol em diferentes regiões do estado. A operação, que envolve forças policiais, órgãos de vigilância sanitária e o Procon-SP, tem realizado fiscalizações em festas, bares, adegas e comércios.
Desde o dia 29 de setembro, mais de 7 mil garrafas suspeitas foram apreendidas, somando-se às 50 mil já recolhidas ao longo de 2025. O número de prisões chegou a 41, sendo 19 somente na última semana. Segundo a Secretaria de Saúde, 14 pessoas foram confirmadas com intoxicação por metanol, com dois óbitos registrados, enquanto 148 casos seguem em investigação, incluindo sete mortes suspeitas.
As autoridades apuram se o metanol pode ter sido utilizado na limpeza dos recipientes, o que teria levado à contaminação das bebidas. Em uma das ações, policiais civis vistoriaram um comércio no bairro Casa Verde, em São Paulo, onde uma das vítimas teria adquirido uma das bebidas adulteradas. No local, foram encontradas garrafas sem documentação de origem e com indícios de falsificação, todas encaminhadas para perícia.
O governador Tarcísio de Freitas determinou o cancelamento imediato da inscrição estadual de estabelecimentos envolvidos na venda de bebidas adulteradas, o que equivale ao fechamento automático desses locais. Atualmente, 11 comércios permanecem interditados.
“Estamos trabalhando duro para identificar e punir todos os envolvidos na adulteração, fabricação e venda de bebidas falsificadas no Estado de São Paulo”, afirmou Tarcísio em publicação no X (antigo Twitter).
Durante uma festa universitária em Araraquara, no sábado (4), equipes da Vigilância Sanitária e da Polícia Civil inspecionaram 1,4 mil garrafas de destilados, conferindo lacres, rótulos e notas fiscais. Nenhum indício de falsificação foi encontrado.
Já na região do Grande ABC Paulista, dez estabelecimentos foram fiscalizados — seis em São Caetano do Sul e quatro em Santo André. Não houve apreensão de bebidas adulteradas, mas foram registradas infrações leves, como falhas de sinalização e irregularidades em cardápios, de acordo com o Procon-SP.
O governo reforça o alerta à população: a ingestão de bebidas contaminadas por metanol pode causar cegueira irreversível e até morte. A recomendação é que os consumidores verifiquem sempre a procedência, o lacre de segurança e a nota fiscal antes de consumir qualquer bebida alcoólica.