Nos últimos dias, o caso do engenheiro Flávio Acatauassu, de 63 anos, que ingeriu whisky contaminado por metanol após comprá-lo em um supermercado da capital paraense viralizou.

O paraense adquiriu a bebida no mês de novembro no supermecado Mais Barato, conhecido no bairro de Nazaré, e precisou de atendimento médico após passar mal com a ingestão da bebida. Veja abaixo tudo que se sabe sobre o caso

O que aconteceu?

Após passar mal, Flávio procurou imediatamente a Unimed Prime Belém, onde alegou ter sofrido negligência médica porque os médicos não chegaram a realizar os exames corretos para a descoberta da intoxicação exógena. Alguns dias depois, o engenheiro procurou outro laboratório particular da capital paraense e conseguiu obter o laudo que apontou resultado positivo para metanol no organismo.


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O exame do paraense detectou positivo para a presença de metanol. (Foto: Arquivo Pessoal)

Em entrevista ao jornal O Liberal, o médico intensivista Luiz Felipe Bittencourt analisou o exame de Flávio Acatauassu. “Certamente se a dose fosse maior teríamos desfecho negativo (óbito). A intoxicação por metanol é gravíssima. No meu entender, os fatores principais que podem ter contribuído para o desfecho clínico favorável foram: baixa quantidade ingerida e atendimento médico rápido”, revelou.

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Pânico na cidade: o que ocorreu após a denúncia?

Com a constatação da gravidade do episódio, foram mobilizados diferentes órgãos de saúde e fiscalização, além de posicionamentos de instituições envolvidas, como a rede de supermercados onde a bebida foi adquirida e a Unimed Belém. Além disso, a vítima disse já ter sido procurada pelos órgãos oficiais de controle e que se comprometeu a fornecer todos os elementos necessários para a investigação.

O engenheiro afirmou ainda ter reunido um dossiê completo para comprovar cada etapa de sua denúncia, que incluem: a nota fiscal da compra da bebida; o cupom do estacionamento do supermercado; os protocolos de atendimento da Unimed e os exames realizados na unidade; os resultados detalhados do Laboratório Paulo Azevedo e uma garrafa lacrada comprada também do mesmo lote do produto.

O que as autoridades falaram?

Até este domingo (7), a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa) informou ao O Liberal que “ainda não recebeu notificação oficial referente ao caso”, porque o exame foi realizado em uma rede particular. A Polícia Civil também foi procurada pela redação, mas afirmou que “não havia nenhum registro da ocorrência da bebida”, mas que ele deve ser ouvido pelos policiais durante os próximos dias.


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Engenheiro Flávio Acatauassu, de 63 anos, que ingeriu o metanol após consumir whisky em Belém. (Foto: Arquivo Pessoal)

Em nota, a Unimed Belém constatou que o beneficiário esteve realmente na urgência do Hospital Unimed Prime na data mencionada, mas que os exames de intoxicação não foram realizados por conta dos sintomas do paciente. “Os testes específicos para detecção direta de metanol são solicitados apenas quando o quadro clínico se enquadra nos critérios oficiais de caso suspeito”, escreveu.

Nota do supermercado Mais Barato enviada ao O Liberal:

“O Grupo Mais Barato informa aos seus clientes, parceiros e à sociedade em geral que, diante das informações divulgadas pela imprensa sobre o whisky Red Label adquirido em uma de nossas lojas, todas as medidas cabíveis já foram tomadas.

No entanto, causa-nos estranheza que, mesmo após 30 dias do consumo, a garrafa de whisky em questão não tenha sido disponibilizada para condução de análise técnica, a ser realizada pelas autoridades competentes e essencial para verificar a suposta contaminação.

Ainda assim, os whiskies citados foram recolhidos de nossas prateleiras e estão à disposição dos órgãos competentes. Além disso, acionamos os protocolos de verificação e rastreamento junto ao fornecedor DIAGEO, reconhecido como uma das maiores indústrias de bebidas do mundo e fornecedor dos principais varejistas e distribuidores no estado do Pará.

O Grupo Mais Barato permanece à disposição e colaborando para o esclarecimento completo do caso. Reafirmamos o compromisso com a transparência e a confiança de nossos consumidores.”

Como estão os casos de metanol no Brasil?

Na última segunda-feira (8), a ‘Sala de Situação’, criada para acompanhar o aumento de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas, foi encerrada após pausa em registros de novos casos. O Ministério da Saúde informou que a medida foi tomada após dez dias sem casos de contaminação pela substância, considerando a data de início dos sintomas. A decisão consta na Portaria nº 9.169, assinada pelo ministro Alexandre Padilha e publicada no Diário Oficial da União. O último caso confirmado havia ocorrido em 26 de novembro e se referia a uma pessoa que apresentou sintomas no dia 23 do mesmo mês.

A pasta avalia que o país atingiu um cenário de estabilidade epidemiológica, com queda expressiva no número de casos e mortes. O ministério destacou que o trabalho realizado desde outubro permitiu garantir diagnóstico, assistência e distribuição de antídotos a todos os estados. Mesmo com o encerramento da estrutura emergencial, o governo afirmou que o monitoramento seguirá normalmente dentro do fluxo regular da vigilância de intoxicações exógenas, realizada pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

(Victoria Rodrigues, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web em Oliberal.com)

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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