O presidente da Liga da Juventude da Renamo, Ivan Mazanga, considera que a Renamo se afastou do povo e precisa de se reconciliar com as suas bases. “É preciso olhar para dentro de nós, com honestidade, e fazermos o que deve ser feito. Sem o povo, hoje somos número três e amanhã poderemos não ser nada”, advertiu Mazanga na abertura da 2.ª Sessão Ordinária do Conselho Nacional, em Nampula.
Para Ivan Mazanga, só um Congresso Extraordinário poderá resgatar o partido da actual crise política e estrutural. Citado pelo Jornal Rigor, o jovem dirigente pediu coragem para tomar decisões “cirúrgicas e ousadas” que devolvam a confiança ao eleitorado.
“Nosso partido está em lágrimas, mas este Conselho Nacional pode devolver a esperança dos moçambicanos, em particular da juventude”, afirmou.
Para o dirigente juvenil, os resultados eleitorais de 2024 representaram um dos piores momentos da história do partido. “As eleições foram um desastre total. Hoje a Renamo é a terceira força político-eleitoral. Isso é inaceitável para uma organização com a nossa dimensão histórica”, criticou.
Na ocasião,Mazanga apelou ainda à unidade, mas rejeitou exclusões internas, defendendo que a luta contra o regime só pode ser feita com inclusão. “Na luta pela mudança não há inúteis nem dispensáveis. Enquanto esta luta continuar, não deve haver espaço para ressentimentos”, disse.
Entre o apelo de Ossufo Momade à coesão e o clamor da juventude por um Congresso Extraordinário, o Conselho Nacional em Nampula expôs as diferentes visões sobre o futuro da Renamo: esperar até 2029 ou avançar já com mudanças profundas para resgatar o partido.
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