A Fundação Florestal, vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), apresentou as principais ações de recuperação e resiliência ambiental desenvolvidas em São Sebastião após as chuvas extremas de 2023, durante o painel “Sabesp apresenta: Resiliência e o Futuro das Cidades – Desastre de São Sebastião: Tecnologia e Mobilização pela Reconstrução”, realizado nesta segunda-feira (4) durante o Summit Agenda SP + Verde. Após o desastre de 2023 na cidade do Litoral Norte, diversas ações são coordenadas de restauração e prevenção de riscos ambientais.
O trabalho marca um novo modelo de cooperação entre governo, sociedade civil e setor privado. Desde o desastre que afetou diretamente milhares de famílias e deixou mais de 60 vítimas fatais, o Governo de São Paulo tem mobilizado uma força-tarefa interinstitucional. A Fundação Florestal assumiu papel central nas ações de recuperação ambiental, articulando esforços com o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA), Defesa Civil, prefeituras e parceiros como o Instituto Conservação Costeira (ICC), Ambipar e EDP.
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Durante o painel os convidados explicaram que o primeiro passo foi o diagnóstico detalhado das áreas afetadas, conduzido com base em dados de campo e imagens de drone, que identificou mais de 850 cicatrizes de deslizamento ao longo de 203 hectares. A partir desse levantamento, a Fundação Florestal estruturou o plano de restauração com base em soluções baseadas na natureza — técnica que combina reflorestamento, engenharia natural e manejo do solo para estabilizar encostas e reativar funções ecológicas.
“Na reconstrução de São Sebastião, a Fundação Florestal traz o compromisso de ir além da resposta emergencial: estamos criando um modelo de restauração e prevenção que garanta segurança territorial e ecológica para futuras gerações”, destaca Rodrigo Levkovicz, diretor-executivo da Fundação Florestal.
Entre os parceiros técnicos, o Instituto Conservação Costeira (ICC) foi responsável pelo projeto Restaura Litoral Norte, que utiliza drones para semeadura aérea de biocápsulas com sementes de espécies nativas, além de envolver a população local em oficinas e atividades de educação ambiental. A iniciativa, reconhecida como uma das mais inovadoras em restauração pós-desastre no país, alia tecnologia, ciência e mobilização social.
“O desafio foi imenso, mas a vontade de ajudar todas aquelas pessoas foi maior ainda. Além do trabalho direto na restauração, nós tivemos o cuidado de dialogar com a comunidade, fazer um trabalho educativo com as crianças e deixar um legado para o futuro para a conscientização ambiental”, afirma Fernanda Carbonelli, coordenadora do ICC.
A Ambipar, empresa parceira nas ações de campo, contribuiu com o desenvolvimento de cápsulas biodegradáveis contendo sementes e insumos naturais, aplicadas por drones e por equipes em solo. O material, feito a partir de resíduos orgânicos reaproveitados, garante maior retenção de umidade e aumenta a taxa de germinação nas áreas de difícil acesso.
“Nossa contribuição tecnológica — desde biocápsulas biodegradáveis até monitoramento por drone e ecosolo — visa transformar áreas críticas em espaços seguros e regenerados, porque resiliência também é inovação aplicada no território, e estamos nos aprimorando cada vez mais para trazer novas tecnologias, pois a tecnologia e a restauração andam realmente lado a lado com as mudanças climáticas”, destaca Gabriel Estevam, especialista ambiental da Ambipar.
A EDP São Paulo, distribuidora de energia que atua na região, também participa do esforço integrado, apoiando ações de infraestrutura e segurança energética em comunidades afetadas, com foco em garantir continuidade dos serviços essenciais durante eventos extremos. “Ficou claro que infraestrutura, iniciativa privada e parcerias são que elementos devem se integrar à política pública de resiliência. Nós avançamos e aprendemos com esse último episódio, lições que nos preparam para riscos futuros”, reforça Marcos Alexandre de Campos, diretor da EDP São Paulo.
As ações lideradas pela Fundação Florestal em parceria com a Semil refletem o compromisso do Governo do Estado em unir ciência, inovação e responsabilidade social na recuperação do Litoral Norte. O trabalho de campo segue em andamento e já resultou em centenas de áreas revegetadas, fortalecimento do envolvimento comunitário e avanços importantes na gestão de riscos ambientais no território paulista.
Sobre o evento
O Summit Agenda SP+Verde é um evento internacional pré-COP promovido pelo Governo de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e USP. O encontro reúne especialistas, lideranças e representantes da sociedade para debater desenvolvimento sustentável e economia verde.
A estrutura montada no Parque Villa-Lobos conta com cinco palcos, rodada de negócios, área de inovação, Casa da Circularidade, espaço gastronômico e atrações culturais.
Os debates estão organizados em quatro eixos temáticos: Finanças Verdes, Resiliência e o Futuro das Cidades, Justiça Climática e Sociobiodiversidade e Transição Energética e Descarbonização. Uma trilha de economia circular também conecta todos os palcos e se estende à Casa da Economia Circular, com vivências e workshops sob curadoria do Movimento Circular.
Na área de inovação, universidades e institutos tecnológicos discutem o papel da pesquisa e da tecnologia na transformação climática de São Paulo. No palco principal, a economia verde é o centro das discussões, com presença de lideranças políticas e convidados nacionais e internacionais.
O Summit é resultado de uma ampla mobilização pelo desenvolvimento sustentável e conta com patrocínio de Cosan, Comgás, Edge, Rumo, Sabesp, Itaú, Amazon, Votorantim Cimentos, EcoUrbis, Solví, Loga, Motiva, EDP, Veolia, CPFL Energia, Metrô, Stellantis, Ecovias, Toyota, JHSF, TetraPak, Aena, Scania, AstraZeneca, Weg e Bracell; além de apoio institucional da Fiesp, Senai, Única, Aesabesp, Abrainc, Secovi-SP, Associação Comercial de São Paulo, Pateo 76, Abiogás, SP Águas, Cetesb, DER-SP, Fundação Florestal, Arsesp, SPTrans, Prefeitura de Campinas, B3, The Nature Conservancy, CEBDS, Pacto Global, SOS Mata Atlântica, Movimento Circular, União BR, Circular Brain, CET-SP, Dia da Terra, Instituto de Conservação Costeira, Inovaclima, IPT, Zeros, Ideia Sustentável, Kearney, Instituto Baccarelli, Zero Summit, Parque Villa-Lobos, NEOOH, Global Renewables Alliance (GRA) e Research Centre for Greenhouse Gas Innovation (RCGI), MBRF, White Martins e Microsoft.
