O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou que, até o momento, 284 cavalos morreram em todo o país após consumirem ração produzida pela empresa Nutratta Nutrição Animal Ltda. Os dados foram atualizados em 23 de julho de 2025, quando o governo reforçou a suspensão total das atividades da empresa. Em Uberlândia (MG), ao menos 18 animais estão entre os casos investigados.

Substância tóxica identificada

As mortes estão relacionadas à ingestão de ração contaminada com monocrotalina, um tipo de alcaloide pirrolizidínico encontrado em plantas como a Crotalaria, proibida na alimentação de equinos. A substância é altamente tóxica, podendo causar danos irreversíveis ao fígado e ao sistema nervoso, mesmo em pequenas quantidades.

Casos se espalham pelo país

As mortes foram registradas em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e Goiás, com destaque para o estado mineiro. Em cidades como Guaranésia, Jequeri, Mariana e agora Uberlândia, os óbitos vêm sendo notificados desde junho.

De acordo com relatos, os cavalos apresentaram apatia, desequilíbrio, perda de apetite, lesões neurológicas e insuficiência hepática aguda. Em muitos casos, os sintomas continuaram a evoluir mesmo após a suspensão da ração.

Laudos confirmam contaminação

Análises realizadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA) confirmaram a presença de monocrotalina nas amostras da ração. Segundo o Mapa, a contaminação ocorreu por falhas no controle da matéria-prima vegetal usada pela Nutratta.

A Defesa Agropecuária considera o caso inédito em termos de escala e impacto no país.

Nutratta segue interditada

Devido à gravidade do caso, o Ministério da Agricultura manteve a interdição total da produção e da comercialização de todos os produtos da Nutratta, inclusive os destinados a outras espécies. Apesar de ter obtido uma liminar para retomar parcialmente suas atividades, a empresa teve a autorização revogada após recurso do governo federal.

A Nutratta afirmou que está colaborando com as investigações e revisando seus processos internos, mas ainda não assumiu responsabilidade oficial pelas mortes.

Alerta a criadores e veterinários

Portanto, o Mapa orienta que criadores que tenham adquirido rações da marca interrompam o uso imediatamente e fiquem atentos aos sinais clínicos. Suspeitas devem ser notificadas à Ouvidoria do Mapa, por meio dos canais oficiais.

Veterinários também devem comunicar qualquer caso suspeito, para auxiliar no rastreamento de novos lotes e evitar mais óbitos.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *