Vários produtos alimentares saíram de circulação nas últimas semanas, nomeadamente dois queijos, o Morbier e o Raclette, devido à eventual presença da bactéria E. coli.

Nos primeiros dois meses de 2025, a Alva (Administração Veterinária e Alimentar do Luxemburgo) emitiu 38 alertas, dos quais 27 relacionados com a recolha de produtos alimentares. Em 2024, 177 alertas foram registados, 149 dos quais relacionados com géneros alimentícios.

Para saber mais, colocámos a questão ao Alva. Isabelle Paulus, chefe da divisão de inspeção da cadeia alimentar, responde às nossas perguntas.

Porque é que nas últimas semanas se registaram mais recolhas de queijos Morbier e Raclette no Luxemburgo?

Só damos informações importantes ao público. Não somos os produtores dos queijos, pelo que não podemos dizer porque é que ainda há problemas com estes queijos. Quando isso acontece, somos alertados pelo sistema europeu de prevenção.

Se um Estado-Membro for alertado pelos seus produtores de que existe um problema após os controlos oficiais e se encontrarem um problema subjacente nos queijos, são obrigados a notificar as autoridades competentes.

Neste caso, no que se refere aos queijos Morbier e Raclette provenientes de França, fomos informados pelas autoridades francesas através do sistema de alerta rápido. A recolha também teve lugar em França.

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Os queijos fabricados com leite cru são mais suscetíveis de conterem germes.

Isabelle Paulus

Chefe da divisão de inspeção da cadeia alimentar da Alva

Porque é que é mais provável encontrar a bactéria E. coli em determinados queijos?

Tudo depende do tratamento térmico a que o leite foi submetido. Neste caso, os queijos foram fabricados com leite cru. Portanto, como o nome sugere, os queijos de leite cru não são tratados termicamente. Não se trata de leite pasteurizado, que se destina a destruir as bactérias que geralmente não toleram temperaturas elevadas.

Logicamente, os queijos de leite cru são mais suscetíveis de conterem germes.

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O que acontece se um cliente tiver comprado o queijo contaminado e o tiver ingerido antes de ser informado do alerta?

Pode ser problemático, se o queijo ingerido contiver a bactéria Escherichia coli. Estas podem produzir toxinas potencialmente muito perigosas. Se o consumidor ingeriu o queijo, aconselho-o a consultar um médico, porque pode provocar uma doença grave com sintomas digestivos e diarreia. Em alguns casos, a síndrome uraémica e hemolítica pode danificar os rins.

Que populações estão mais expostas a estas bactérias?

Evidentemente, para certas populações sensíveis, é ainda mais perigoso. Estou a pensar, nomeadamente, nas crianças, nos imunodeprimidos e nos idosos.

*Artigo publicado originalmente no Virgule. Traduzido e adaptado ao Contacto por Tomás Guerreiro.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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