Quase 100 corpos foram recuperados nos trabalhos de busca após o deslizamento de terra que destruiu um vilarejo isolado no oeste do Sudão, informou o grupo armado que controla essa área de um país submerso em uma guerra civil nesta quarta-feira (3).
O desastre ocorreu no domingo depois de vários de chuvas intensas em Tarasin, na área de Jebel Marra da região de Darfur, e deixou centenas de mortes, segundo a ONU.
“De acordo com a informação que recebemos até ontem, foram recuperados 100 corpos”, afirmou à AFP Mohamed Abdelrahman Al Nair, porta-voz oficial do Movimento de Libertação do Sudão (MLS), que domina partes de Jebel Marra.
As buscas continuam nessa área montanhosa para encontrar possíveis sobreviventes apesar da falta de recursos, acrescentou.
Imagens publicadas nesta quarta-feira pelo MLS mostram uma multidão trabalhando no local do deslizamento que enterrou a vila sob uma grossa camada de lama, árvores arrancadas e vigas quebradas.
É difícil avaliar os danos e o número de vítimas “já que a área é de acesso muito difícil”, disse na terça-feira Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Na noite de segunda-feira, o MLS informou sobre “1.000 mortos” e fez um apelo por ajuda à ONU e a outras organizações humanitárias.
A área do deslizamento fica a várias dezenas de quilômetros ao sudoeste da cidade de Al-Fashir,, capital do estado de Darfur do Norte, sitiada há um ano pelas paramilitares Forças de Apoio Rápido (FAR), em guerra contra o Exército.
O papa Leão XIV pediu nesta quarta-feira uma “resposta coordenada” diante da “catástrofe humanitária” que está ocorrendo no país africano em meio ao conflito e à recente catástrofe natural.
“Chegam notícias trágicas desde Darfur. Em Al-Fashir, diversos civis estão presos na cidade, vítimas da fome e da violência”, alertou o pontífice.