(*) Thomaz Franck Bergman
A violência, como sempre, é o recurso dos covardes, dos sem-razão, daqueles que detém notórias e severas dificuldades de processamento de ideias, de dialogar e de escutar o outro, principalmente quando este outro é contrário às suas próprias “ideias”.
Essa é uma das características mais marcantes da direita retrógrada Porto Alegrense que emergiu sabe-se lá de qual bueiro sujo e malcuidado cuja responsabilidade pelo cuidado há muito é negligenciada pelas sucessivas administrações neoliberais da Praça Montevidéu com o claro e já conhecido intuito de “primeiro precarizar para depois privatizar”.
E é nesse contexto que a injustificada, desproporcional e despreparada ação comandada pela Comandante Nádia (Partido Liberal) – com o perdão do péssimo trocadilho, ocorreu.
Na quarta-feira estava agendada para a sessão da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre a votação que definiria a concessão do Dmae, nome bonito criado para escapar do termo privatização, que, convenhamos, não pode mais ser usado depois do desastre da privatização dos serviços de distribuição de energia elétrica (Equatorial) e água/saneamento básico (Aegea) protagonizado pelo Governador-Popstar-Postulante a Empresário-Praticante de Beach Tennis Eduardo Leite.
A privatização do Dmae (aqui vamos usar os nomes certos, ok?) afeta a todos e todas Porto Alegrenses, ela impacta diretamente em um dos bens mais básicos da população, que é água que sai da torneira de cada um de nós. Nada mais justo, portanto, que o debate acerca da responsabilidade por bem comum tão básico seja feito à portas abertas e com a participação da população, certo?
Errado! Para a direita retrógrada Porto Alegrense, violenta, truculenta, o debate é dispensável e a opinião popular indesejada e se insistir eu resolvo é na porrada! Isso lembra um período vivido no Brasil mais ou menos ocorrido entre 1964 a 1985 – eu não era nem nascido, mas aprendi que história não se nega, tampouco se apaga.
E assim, a população, movimentos sociais, deputados e deputadas e vereadores e vereadoras, assessores e assessoras que exerciam seu direito constitucional de ir e vir, foram brutalmente e desproporcionalmente agredidos em frente à Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre, tentando exercer um dos direitos mais básicos (ir e vir) na defesa de outro direito tão básico (água).
Ações como a de quarta são fruto de uma manutenção no poder de vereadores e vereadores cuja atuação está desconectada com a necessidade da cidade, da população e do bem-estar de todos.
Por isso eu pergunto, até quando vamos suportar uma Porto Alegre comandada por incapazes e incompetentes, por isso eu pergunto, quando a direita de Porto Alegre vai apanhar (nas urnas)?
(*) Advogado Trabalhista e Sindical e Diretor da Associação Gaúcha da Advocacia Trabalhista
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