Nos últimos anos, os Estados Unidos enfrentaram uma sequência de desastres naturais que vão de furacões a incêndios devastadores. A preocupação da população cresce, mas ainda assim poucas pessoas se sentem prontas para lidar com situações de risco. Uma pesquisa nacional expôs não apenas os maiores temores coletivos, mas também a falta de medidas preventivas básicas.

Tornados no centro dos pesadelos

Encomendada pela empresa Master Lock e realizada pela Talker Research, a pesquisa ouviu 2.500 americanos de diferentes regiões. Os números foram contundentes: 46% apontaram os tornados como o desastre natural mais assustador. Logo atrás vieram os tsunamis (43%), seguidos por terremotos (35%), furacões (33%) e incêndios florestais (30%).

Fenômenos como inundações repentinas, ondas de calor, secas prolongadas, tempestades de neve e deslizamentos de terra apareceram mais abaixo no ranking. Ainda assim, a diversidade de respostas deixa claro que o medo está presente em várias frentes e acompanha o aumento da instabilidade climática.

A frequência que não para de crescer

Mais da metade dos entrevistados (51%) acredita que os desastres climáticos se tornaram mais comuns, e 37% afirmam que a intensidade também está aumentando. Os registros oficiais confirmam essa percepção: até meados de 2025, o país já havia contabilizado 1.449 tornados, a quinta marca mais alta desde 2010 e muito acima da média histórica.

Texas, Illinois, Missouri, Mississippi e Alabama lideram a lista de estados mais afetados, reforçando a sensação de vulnerabilidade em áreas já conhecidas como “corredores de tornados”.

Entre memórias pessoais e rotina de alerta

Apesar de apenas 14% dos participantes se identificarem como “veteranos de desastres”, a maioria afirmou ter enfrentado pelo menos quatro eventos climáticos extremos ao longo da vida. Essa vivência direta contribui para uma mudança de comportamento: 80% dizem acompanhar com mais atenção as previsões meteorológicas em comparação com dez anos atrás, consultando aplicativos e alertas várias vezes ao dia.

Esse cuidado cotidiano, porém, não significa preparação real. A ansiedade cresce, mas os planos de ação ficam em segundo plano.

Falta de preparo diante do perigo

Os números revelam uma fragilidade preocupante: três em cada dez americanos não possuem nenhum tipo de plano de emergência. Mesmo no caso dos tornados — o fenômeno mais temido — apenas 28% disseram ter medidas concretas de proteção.

Isso mostra uma lacuna entre medo e ação. A consciência existe, mas a adoção de práticas simples, como kits de sobrevivência ou rotas de evacuação, ainda não faz parte da realidade da maioria das famílias.

Do susto à prevenção: um desafio cultural

O estudo escancara um paradoxo: os desastres naturais provocam medo generalizado, mas poucas pessoas transformam esse sentimento em atitudes práticas. A lição vai além das fronteiras americanas. Para países como o Brasil, onde enchentes, secas e ondas de calor já afetam milhões, o alerta é claro: criar uma cultura de prevenção é tão importante quanto monitorar os céus.

Sem preparação, o que hoje é apenas pesadelo pode se transformar em tragédia anunciada.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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