O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, presenteou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com um bipe (nome popular dos pagers) feito em ouro. Ao anunciar o regalo, o Gabinete do primeiro-ministro explicou ser uma lembrança da operação israelense contra o Hezbollah realizada em setembro no Líbano.
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Dispositivos como esse eram muito populares nas décadas de 1980 e 1990, mas seu uso diminuiu e agora está limitado principalmente a hospitais, especialmente nos Estados Unidos.
“O bipe simboliza a decisão do primeiro-ministro, que marcou uma virada na guerra e o início do colapso moral do Hezbollah”, disse o Gabinete, em comunicado, na noite desta quinta-feira. “Esta operação estratégica reflete a força, a superioridade tecnológica e a engenhosidade de Israel contra seus inimigos”.
Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de dispositivos de transmissão — como pagers e walkie-talkies — usados por membros do grupo islâmico Hezbollah explodiram na periferia sul de Beirute, bem como no sul e leste do Líbano, redutos do movimento pró-Irã.
As explosões deixaram 39 mortos e quase três mil feridos, segundo autoridades libanesas.
Embora essa operação tivesse a marca registrada do Mossad — serviço de inteligência estrangeira de Israel, responsável por operações especiais no exterior —, o país nunca assumiu abertamente a responsabilidade por ela até que o chefe de governo admitiu em novembro que a havia autorizado.
Segundo os termos da trégua entre Israel e o Hezbollah que encerrou os combates em 27 de novembro, o exército israelense deveria concluir sua retirada do sul do Líbano, onde apenas as forças armadas libanesas e as forças de paz da ONU têm permissão para atuar, até 26 de janeiro.
No entanto, esse prazo foi adiado para 18 de fevereiro, anunciaram os Estados Unidos, que fazem parte do comitê de monitoramento da trégua.