A Baía de Guanabara, um dos conhecidos cartões-postais do Rio de Janeiro, enfrenta uma séria crise ambiental. Diariamente, cerca de 2,7 milhões de litros de chorume são despejados em suas águas, resultando em um total anual de aproximadamente 1 bilhão de litros.
Este líquido, inevitavelmente resultante da decomposição de matéria orgânica em aterros e lixões da região metropolitana, ameaça a biodiversidade e a subsistência das comunidades que dependem da baía.
Consequências diretas da poluição
A contaminação por chorume afeta diretamente os pescadores e as comunidades ao redor da baía. A poluição das águas reduz a disponibilidade de peixes e outros recursos marinhos, levando a desafios contínuos de segurança alimentar. Estudos mostram uma queda significativa na quantidade de pescado, com muitos pescadores abandonando a atividade devido à degradação ambiental.
A eficácia da legislação sobre resíduos sólidos na região ainda deixa a desejar. Embora existam leis, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a aplicação efetiva e o monitoramento ainda são deficientes. O tratamento inadequado nas estações existentes não lida completamente com o alto volume e toxicidade do chorume. Iniciativas como o Programa de Saneamento Ambiental (PSAM) ainda enfrentam desafios operacionais e financeiros.
Em resposta à crise ambiental, novas iniciativas estão sendo discutidas e implementadas. Governos e concessionárias estão planejando investimentos para melhorar o saneamento básico e a infraestrutura na Baía de Guanabara, com objetivos traçados até 2033.
O foco está na criação de sistemas de coleta eficientes, tratamento seguro de resíduos e investimentos necessários para efetivar essas melhorias. A transparência e responsabilidade na aplicação dos recursos são vistas como fundamentais para reverter o dano atual.