Pesquisa indica alta incidência de violência digital contra mulheresJob. Business woman in the office

Quase metade (48,8%) dos líderes entrevistados em uma pesquisa realizada pela KPMG já vivenciou ou presencia violência em plataformas digitais (17,1% e 31,7%, respectivamente). As formas mais comuns relatadas dessas ocorrências incluem personificação/falsa identidade (55%), discurso de ódio (45%) e difamação (35%). A maioria foi realizada por desconhecidos (76,5%), mas também por colegas de trabalho (41,2%) e conhecidos ocasionais (29,4%). O estudo foi finalizado este ano.

O levantamento mostrou ainda que 57,1% das executivas bloquearam o agressor, mas apenas 28,6% denunciaram a plataforma. Sobre os efeitos emocionais provenientes desse tipo de agressão, quase 60% relataram estresse, 42,9% desconforto e 28,6% ansiedade.

“A pesquisa sinalizou que há diversos tipos de agressões no ambiente digital, desde práticas sutis até visíveis graves da privacidade, que podem comprometer a saúde emocional de forma persistente e silenciosa, sobretudo em um contexto de alta exposição pública e de exigência constante de desempenho. Este tipo de agressão tem sido causado de maneira significativa para o aumento de estresse, ansiedade e sensação de impotência por parte das executivas”, analisa a sociedade de People Services (serviços para pessoas) da KPMG no Brasil, Janine Goulart.

Estratégias ESG e retrocesso em diversidade:

O levantamento mostrou também um retrocesso em áreas como diversidade, equidade e inclusão: apenas 7,7% das entrevistadas notaram avanços nesses índices e mais de 65% afirmaram ter enfrentado preconceito no ambiente de trabalho nos últimos três anos. Sobre os aspectos ESG (ambientais, sociais e de governança), mais da metade (52%) relataram que tais estratégias têm maior impacto na construção de relacionamentos com clientes e na associação positiva com a marca e apenas 18% delas acham que fortalecem o engajamento das pessoas e a proposta de valor ao empregado.

Inteligência artificial: transformação digital como estratégia:

Quando questionados sobre o uso de inteligência artificial, mais de 44,3% dos participantes de tecnologia afirmaram que priorizam o investimento neste tempo de crise. Eles elencaram ainda o aumento da eficiência e da produtividade (53,8%) e análise de dados mais rápida (11,5%) como benefícios para as empresas da implementação desses recursos.

América do Sul: violência digital é realidade

O estudo indicou que as executivas sul-americanas têm números semelhantes às entrevistadas brasileiras quando o assunto é violência digital: 41,7% delas já vivenciaram ou presenciaram este tipo de agressão virtual como difamação, discurso de ódio e personificação/falsa identidade.

A maioria dos ataques partiu também de desconhecidos (77,4%) e de colegas de trabalho (25,8%). Para cessar, eles adotaram ações como bloquear o agressor (53,8%) ou alterar configurações de privacidade (23,1%). Sobre os impactos emocionais, 46,2% disseram estresse, 30,8% ansiedade e 23,1% sentimento de impotência.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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