A contaminação por microplásticos deixou de ser uma preocupação distante: já está presente no rio Paraná, um dos sistemas fluviais mais relevantes da Argentina.
Isso foi revelado por uma pesquisa liderada por Natasha Schvezov, especialista do CONICET, que há anos estuda a presença de resíduos plásticos em corpos d’água.
Amostras em laboratório: microplásticos detectados em todos os pontos analisados do rio Paraná
A equipe de Schvezov coletou amostras de água em vários locais do rio durante três anos consecutivos.
As análises de laboratório foram conclusivas: microplásticos foram detectados em todos os pontos amostrados. “Queríamos saber o que há no rio, e o que encontramos nos preocupa profundamente”, disse a pesquisadora.

O que são os microplásticos e por que representam uma ameaça?
Os microplásticos são fragmentos minúsculos de polímeros que entram no ambiente por várias vias. Eles são classificados em:
- Primários: fabricados diretamente em tamanhos microscópicos, utilizados em indústrias como a cosmética e farmacêutica
- Secundários: gerados pela degradação de plásticos maiores que se acumulam como lixo no ambiente
Sua persistência e capacidade de bioacumulação os tornam contaminantes emergentes, com potencial impacto em:
- Fauna aquática
- Ecossistemas fluviais
- Saúde humana, através do consumo de água e peixes contaminados
Um ciclo de contaminação que retorna para nós
“É um ciclo. Geramos lixo plástico, ele se fragmenta em microplásticos, e tudo isso retorna para nós“, alertou Schvezov.
A pesquisadora destaca a urgência de visibilizar essa problemática, que combina consumo desmedido, falta de gestão de resíduos e desconhecimento sobre seus efeitos a longo prazo.
Ciência aplicada para enfrentar uma crise ambiental
O projeto busca gerar consciência e fornecer dados para políticas públicas.
O estudo do CONICET não só fornece evidências científicas, mas também busca impulsionar medidas concretas para enfrentar a contaminação plástica nos rios argentinos.
A presença de microplásticos no Rio Paraná é um sinal de alerta que exige:
- Monitoramento constante
- Investigação interdisciplinar
- Educação ambiental e participação cidadã