Embora a causa da explosão ainda esteja a ser investigada, os nomes das vítimas já foram divulgados. As autoridades sublinham que os indivíduos estão presumivelmente mortos, o que não significa que os seus restos mortais tenham sido identificados.
Numa cidade pequena, o próprio xerife Chris Davis, do Condado de Humphreys, que descreveu a explosão como um dos incidentes mais devastadores da sua carreira, conhecia três das 16 vítimas: uma era professora, outra era o marido da sua vizinha e a terceiro era um dos seus melhores amigos, de acordo com o jornal local “The Tennessean”.
À BBC, Jerri Newcombe identificou uma das vítimas, Reyna Gillahan, dizendo que era sua amiga há mais de duas décadas. As mulheres conheceram-se quando a sua neta e a filha de Gillahan se tornaram amigas ainda pequenas. “Cresceram juntas. Ficávamos na casa uma da outra. Comemorámos aniversários juntas. É surreal, porque ela foi-se e os filhos estão a sofrer”, lamentou.
No Facebook, a filha da Gillahan, Rosalina, escreveu que a sua morte é uma “perda inimaginável”. “Ela era uma alma linda – amorosa, forte e sempre a pensar nos outros antes de si mesma”, afirmou.
Outra vítima, Donald Yowell, era químico e morava na cidade vizinha de Waverly com a mulher e filho, de acordo com a Igreja Cristã WellSpring. “Frequentaram WellSprings durante muito tempo antes de se mudarem para Waverly há alguns anos”, lê-se numa publicação no Facebook. “Por favor, rezem por eles.”
Outra das vítimas da explosão, Mindy Clifton, trabalhou durante 20 anos numa prisão antes de se mudar da Flórida para o Tennessee para assumir um cargo na fábrica, de acordo com o seu ex-colega Matt Reinhart. “Durante os meus 30 anos de carreira no sistema prisional, tive o privilégio de trabalhar com muitas pessoas excecionais. Uma das melhores foi Mindy Clifton”, escreveu Reinhart no Facebook.
Por sua vez, a emissora de notícias local “WSMV” adiantou que LaTeisha Mays tinha 26 anos e trabalhava na fábrica há oito meses antes de morrer na explosão. O antigo colega de escola, Tyler Bailey, prestou-lhe homenagem no Facebook, escrevendo que “era a alma mais doce da escola, sempre a sorrir, a rir, a tentar fazer os outros rir e muito atenciosa”.
Já Tiffany Story, que participou numa vigília pelas vítimas, disse que costumava tomar conta de uma das vítimas da explosão, Rachel Woodall, que vivia em McEwen e que começou a trabalhar como gerente de produção cerca de um mês antes da explosão. “Todo a gente se conhece aqui”, explicou. “Com todos tão unidos, é muito reconfortante ter uma família. É isso que somos, seja por sangue ou não, toda esta comunidade é uma família.”
Com 17 anos de trabalho na empresa, Jeremy Moore morreu dez dias antes de completar 38 anos. “Ouvi diretamente da boca do xerife Davis, por isso acho que preciso de começar a acreditar. Jeremy Moore, de 20/10/1987 a 10/10/2025. Descansa em paz, meu querido menino”, escreveu a mãe, Ava Hinson, nas redes sociais.
Trenton “Trent” Stewart, que também morreu no incidente, morava em Waverly e trabalhava na área de produção. Além disso, também foi bombeiro do Departamento de Segurança Pública de Waverly e serviu como pastor na Igreja The Log. Transmitiu os sermões em direto no Facebook e escreveu no início de outubro que o seu objetivo como pastor “não é ter a maior multidão, ou ser a pessoa mais perfeita, mas mostrar o amor de Cristo de todas as maneiras possíveis através da nossa igreja e do ministério pessoal”.
As restantes vítimas foram identificadas como Jason Adams, Erick Anderson, Billy Baker, Adam Boatman, Christopher Clark, James Cook, Melinda Rainey, Melissa Stanford e Steven Wright.
A explosão deixou um rastro de destruição na fábrica da Accurate Energetic Systems, que fornece e investiga explosivos para as forças armadas. As autoridades já enviaram uma equipa especializada em testes de ADN para ajudar a identificar os restos mortais e cerca de 300 socorristas estão a trabalhar de forma “lenta e metódica” devido ao material explosivo que foi danificado e permanece volátil. Segundo o xerife, até que a hipótese de crime seja descartada podem passar dias, semanas ou até meses.