Pedida condenação a Airbus e Air France por acidente de 2009 – Observador <p class="legenda"> <span class="triangle-to-right">▲</span>A Airbus e a Air France, absolvidas no primeiro julgamento, a 17 de abril de 2023, no caso do desastre do voo AF447 Rio de Janeiro-Paris, em que morreram 228 pessoas, podem ser multadas no valor máximo de 225 mil euros, como pessoas coletivas </p> <p class="creditos">ALEXANDRE SEVERO/HO/EPA</p>

A Justiça Francesa pediu esta quarta-feira às normas do fabricante aeronáutico europeu Airbus e da companhia Air France, em julgamento de recurso por homicídio negligente no acidente aéreo Rio-Paris de 2009, após absolvição em primeira instância.

“Solicitamos a anulação da sentença que absolveu os arguidos”, declararam os dois procuradores do Ministério Público francês nas questões finais, classificando como indecente a estratégia de defesa das empresas durante o julgamento no Tribunal de Recurso de Paris.

A Airbus e a Air France, absolvidas no primeiro julgamento, a 17 de abril de 2023, no caso do desastre do voo AF447 Rio de Janeiro-Paris, em que morreram 228 pessoas, podem ser multadas no valor máximo de 225 mil euros, como pessoas coletivas.

Segundo o Ministério Público francês, ambas as empresas são culpadas por não terem prestado atenção à informação sobre falhas no aparelho e não terem fornecido especificações sobre as mesmas na sequência do acidente.

“Esta declaração traz vergonha e descrédito a estas duas empresas. É uma decisão que colocará o fator humano novamente no centro das nossas preocupações. Esta declaração deve, portanto, servir de alerta”, anunciou o procurador-geral Rodolphe Juy-Birmann, juntamente com a colega Agnès Labreuil.

Numa sala de tribunal cheia e especialmente silenciosa, as famílias das vítimas ouviram durante quase cinco horas as alegações finais da acusação, no final das quais Juy-Birmann se dirigiram diretamente.

“Já passou 16 anos desde uma tragédia; é muito tempo, muito tempo. Ficámos sentidos ao saber-vos presentes os dias, tão perto de nós, o que dá sentido à nossa missão. Espero que a vossa luta termine quando o tribunal proferir a sua decisão, dentro de alguns uns meses”, afirmou o procurador, sublinhando a convicção dos pilotos, que “em nada são responsáveis ​​por este acidente”.

Neste caso, o Ministério Público francês acusa o fabricante europeu de aeronaves de ter subestimado a gravidade das flutuações nos sensores de velocidade do ar, cujo congelamento a grandes altitudes esteve na origem do acidente, e de não ter tomado todas as medidas preventivas para informar urgentemente as companhias aéreas cujos aparelhos estavam instalados com estes sensores.

A 1 de junho de 2009, o voo 447 da Air France, que ligava o Rio de Janeiro a Paris, despenhou-se no oceano Atlântico no meio da noite, poucas horas após a descolagem, o que resultou na morte de 216 passageiros e 12 tripulantes.

A bordo do A330 de matrícula F-GZCP seguiam pessoas de 33 nacionalidades, entre as quais 72 franceses e 58 brasileiros.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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