Com informações de André Nascimento, da TV Tribuna PE




























Imagem ilustrativa da imagem “Pedi a Jesus que botasse a mão”, diz sobrevivente de explosão em Olinda






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Arte de Pablo Lins – Reprodução da TV Tribuna/Band






















“Eu olhei para o céu e disse: ‘Jesus, bota tua mão, Senhor, que ninguém vai suportar isso’.”






















Foi assim que Fabiana Soares Ferreira, auxiliar administrativa, descreveu o momento em que a casa onde vivia com o marido e as duas filhas desabou, após uma explosão que atingiu oito imóveis no bairro de Ouro Preto, em Olinda, neste domingo (19).





















Fabiana sobreviveu, mas o esposo, Cláudio dos Anjos da Silva, não resistiu. Ele era o padrasto de duas meninas, de 10 e 12 anos, que ficaram feridas e foram socorridas pelos bombeiros.





















Marido, Mãe e filhas estavam em cômodos separados quando ocorreu a explosão. As três sobreviventes se comunicaram até serem resgatadas. As meninas pediam que ela não cochilasse, não dormisse. Sabiam que a mãe estava sonolenta devido a uma pancada na cabeça causada por uma viga de madeira.















“O céu se abriu”




































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Arte de Pablo Lins – Reprodução da TV Tribuna/Band


















Fabiana conta que estava no quarto quando ouviu o estrondo. O marido estava no banheiro e as filhas, no outro cômodo.





















“Escutei aquele desmoronamento. Quando olhei, vi um clarão, as telhas se afastaram e o céu se abriu. Duas madeiras vieram em minha direção e eu segurei. Depois ficou um silêncio total. Quando consegui abrir o olho, ouvi minhas meninas chorando”, contou.





















Mesmo ferida, Fabiana tentou manter a calma para tranquilizar as filhas.















“Elas diziam: ‘Mãe, a gente está debaixo de um monte de pedra, mas a gente tá bem’. A pequenininha pedia pra eu chamar o tio, que é o Cláudio, o padrasto delas. Eu dizia que ele deveria ter saído para buscar ajudar.”















Em seguida, veio um dos momentos mais dolorosos do relato: A mãe conta sobre o silêncio do marido ao ser chamado pelas crianças, tratado pelo apelido de “tio”. A filha caçula dizia.





















“‘Eu tô chamando ele, oh, tio, oh, tio, salva a gente, vem aqui, tio. E ele não responde’. Aí eu fui e fiz assim: ‘Mas tenha calma, que conseguindo tirar a mãe, mãe consegue dizer onde você está, e daí a gente consegue resgatar ele’.”















Segundo Fabiana, uma das filhas conseguiu ligar para os bombeiros pelo seu celular. Ambas foram resgatadas enquanto ela conseguiu sair andando do cômodo. A menina de 12 anos teve fratura no rosto e um corte no joelho; a mais nova, fratura na clavícula e na coluna. Fabiana sofreu um corte na cabeça e torceu o tornozelo.















“Quando consegui sair, fui andando pela casa vizinha. As meninas já estavam sendo levadas de maca pelo Samu. E ele… quando cheguei, já estava dentro do carro do IML”, disse, com a voz embargada.















Veja quem são as vítimas do desabamento em Olinda















“Um vazio. Uma dor.”















Questionada sobre como será o recomeço, ela resume em poucas palavras o que sente.















“Não sei de nada. Difícil, né? Muito. Um vazio. Uma dor, uma angústia. Uma vontade de que tudo isso fosse um filme. Mas, infelizmente, Deus escolheu dessa maneira.”















Defesa Civil interdita outras nove casas















De acordo com o Coronel Carlos de Albuquerque, secretário executivo da Defesa Civil de Olinda, outras nove casas foram interditadas por risco de desabamento.















“As equipes estão entrando nas unidades que ainda estão em pé para retirar, junto com os moradores, os pertences que desejarem. As obras de recuperação só poderão ser feitas com acompanhamento de profissional habilitado”, afirmou.















A Defesa Civil também informou que os entulhos serão de responsabilidade dos proprietários dos terrenos, após o encerramento da ocorrência.















“Tem parte das edificações que ainda podem ser recuperadas com reforço estrutural, mas outras não têm a menor condição. Por isso interditamos toda a área afetada”, explicou o coronel.















Nova vistoria e retirada de pertences




























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Defesa Civil ajudou famílias a recuperar pertences




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Prefeitura de Olinda


















Nesta terça-feira (21), equipes da Defesa Civil de Olinda, com apoio da Guarda Civil Municipal, iniciaram uma nova vistoria nas residências vizinhas às que desabaram.















O trabalho, iniciado às 9h, concentrou-se na retirada de móveis, utensílios e documentos pessoais das famílias afetadas, para evitar perdas maiores.















De acordo com a Prefeitura de Olinda, todo o material recolhido foi encaminhado para casas de familiares e amigos.















As vítimas estão temporariamente abrigadas com parentes, e até o momento nenhuma precisou recorrer ao Serviço de Acolhimento Institucional (SAI), que segue disponível para atendimento e suporte.















Durante a ação, técnicos também continuaram a busca por pertences entre os escombros e preparam o terreno para ser devolvido ao proprietário, que deverá decidir sobre uma possível demolição total da área.















A Defesa Civil informou ainda que, antes dessa nova vistoria, já haviam sido interditadas duas casas nas laterais da área do desabamento e uma terceira no domingo (19), devido a risco estrutural visível.















No total, oito residências foram completamente destruídas, abrigando 14 moradores, dos quais 12 estavam no local no momento da explosão.















As equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social seguem acompanhando as famílias, oferecendo suporte jurídico, auxílio na emissão de documentos e orientações para reorganização da rotina.











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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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