Um novo estudo mostra que a criação de ostras pode ter um papel importante no combate às alterações climáticas. Além de fornecer alimento de grande valor nutritivo, as ostras ajudam a retirar dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e a armazená-lo no fundo do mar.
Investigadores utilizaram sistemas experimentais em campo para observar como as ostras filtram a água. Descobriram que, ao alimentarem-se, aceleram a formação de carbono orgânico, que depois se deposita nos sedimentos marinhos. Este processo torna a água mais alcalina e favorece a entrada de CO2 da atmosfera para o oceano.
Os resultados mostram que, ao longo do ciclo de cultivo, o carbono sequestrado pelo processo natural de produção orgânica impulsionado pelas ostras é mais do dobro daquele que fica armazenado nas próprias conchas.
No entanto, a densidade de cultivo é fundamental: criar ostras em excesso pode ter o efeito contrário, reduzindo a eficiência deste “bombeamento biológico” de carbono.
Em 2022, a aquicultura mundial produziu quase 19 milhões de toneladas de moluscos marinhos, sobretudo bivalves. Para além de poupar terra arável e água doce, a criação de ostras pode, assim, oferecer uma solução natural e sustentável para dois grandes desafios: alimentar uma população crescente e mitigar as alterações climáticas.

Padrão de fluxo de CO₂ sobre o ecossistema de cultivo de ostras. Há uma heterogeneidade espacial dos fluxos de CO₂
em todo o ecossistema de cultivo de ostras: o cultivo de ostras exibe a função de efluxo de CO₂ em comparação com áreas marinhas normais adjacentes em escala individual. No entanto, em toda a escala do ecossistema, o cultivo de ostras demonstra um influxo de CO₂, assim como demonstrado pelos nossos mesocosmos, simulando tanto a área do local de cultivo quanto a área mais ampla afetada pelas ostras cultivadas no mar costeiro.