Embalagens danificadas
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Embalagens danificadas

Ao fazer compras no supermercado, muitas pessoas não se atentam ao estado das embalagens dos produtos que levam para casa. Um detalhe aparentemente inofensivo, como uma lata amassada ou um pacote rasgado, pode representar um risco sério à saúde

Segundo a nutricionista Nathielly Corrêa, da Assegure Assessoria, quando há deformações, rasgos, vazamentos ou estufamento, as chances de contaminação aumentam significativamente

Por que a embalagem é tão importante?

Nathielly explica ao Portal iG que a embalagem funciona como a primeira barreira de proteção entre o alimento e o ambiente externo.

Quando sofre algum dano, essa proteção pode ser comprometida. Com isso, aumenta-se a chance de contaminação e deterioração do produto, elevando o risco de intoxicações alimentares.

De acordo com a especialista, embora uma lata com um pequeno amassado superficial geralmente não represente grande perigo, isso muda quando o dano atinge regiões de vedação, como a tampa ou o fundo. 

As embalagens estufadas merecem atenção redobrada, pois o estufamento indica a produção de gases por microrganismos dentro do alimento, um sinal claro de contaminação.

Já as com aberturas, rasgos ou vazamentos são consideradas um grande alerta: “oferecem risco imediato, pois o alimento está exposto a agentes externos” , ressalta a nutricionista.

Quais produtos exigem maior atenção?

Latas, conservas e produtos a vácuo são os que mais preocupam. Se houver amassados profundos, vazamentos, estufamento ou sinais de ferrugem, o consumo é desaconselhado.

Já em pacotes plásticos, rasgos ou furos, mesmo que pequenos, podem indicar perda do vácuo e contato com contaminantes.

Risco de botulismo alimentar 

Entre os riscos de contaminação mais graves está o botulismo alimentar, doença causada pela bactéria Clostridium botulinum. Essa bactéria se desenvolve em ambientes sem oxigênio, como latas ou embalagens a vácuo, especialmente quando a vedação está comprometida. 

“Em casos mais graves, quando há presença de toxinas como a do Clostridium botulinum, os sinais incluem visão dupla ou turva, dificuldade para falar e engolir, fraqueza muscular e até paralisia respiratória — situações que exigem atendimento médico imediato” , alerta a nutricionista.

A toxina botulínica compromete o controle dos músculos, o que pode resultar em diferentes complicações. Entre elas, a mais grave é a insuficiência respiratória, considerada a principal causa de morte associada ao botulismo.

Também podem ocorrer fraqueza persistente, pneumonia por aspiração e infecções secundárias, dificuldade na fala e para engolir, fadiga intensa e alterações no sistema nervoso em geral.

Consumir ou descartar?

A especialista explica que se a lata apresentar sinais de estufamento, ferrugem, odor estranho, vazamentos ou amassados nas áreas de lacre, a recomendação é descartar o produto imediatamente.

Pequenos amassados superficiais, longe da vedação, podem não representar risco, mas a avaliação deve ser criteriosa.

Fiscalização e prevenção

Para reduzir os riscos, órgãos como ANVISA, Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais e o MAPA fiscalizam indústrias e pontos de venda. As normas exigem testes de qualidade, boas práticas de fabricação e a retirada de produtos com embalagens danificadas das prateleiras.

Ainda assim, a atenção do consumidor é fundamental

“Sempre observar a integridade da embalagem antes da compra e consumo. Evitar latas estufadas, enferrujadas, amassadas no lacre, vidros com tampa estufada ou embalagens plásticas furadas. Verificar o prazo de validade e as condições de armazenamento. Conservar adequadamente em casa, respeitando orientações de temperatura. E em caso de dúvida sobre o estado do produto, a regra é simples: na dúvida, não consuma”, orienta Nathielly Corrêa.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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