O número de mortos em Gaza continua a crescer. Está agora além dos 60 mil, números que a ONU considera credíveis e que só incluem as pessoas que já foram identificadas. Milhares continuam debaixo dos escombros, outros morreram de doenças controláveis que deixaram de o ser durante a guerra, como cancros, diabetes, problemas cardíacos.
Dados recentemente publicados na revista médica The Lancet revelam que quase um terço dos doentes em regime ambulatório tratados nas instalações da organização Médicos Sem Fronteiras, em Gaza, tinha menos de 15 anos. De um total de 90 mil pacientes admitidos, cerca de 30 mil eram crianças. Quase metade das lesões são provocadas diretamente por bombardeamentos, ou são consequência destes: estilhaços, membros esmagados por paredes que caem, queimaduras resultantes de explosões. O facto de haver cada vez mais gente a viver em tendas é um dos maiores problemas dos médicos no terreno, uma vez que estes abrigos improvisados oferecem pouca proteção contra explosões, estilhaços e incêndios.