Um matadouro clandestino de suínos localizado no município de Muaná, no arquipélago do Marajó, foi interditado pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) após operação conjunta da Promotoria de Justiça local com apoio de agentes e técnicos. A ação, realizada na região conhecida como “Ponte de Ita”, revelou um cenário alarmante de violações sanitárias, ambientais e criminais. O caso foi divulgado nesta segunda-feira (14) e causou grande repercussão nas redes sociais e entre moradores da região.

Durante a inspeção, os agentes constataram que os animais eram mantidos em condições completamente insalubres e que sangue, fezes e demais dejetos oriundos do abate estavam sendo despejados diretamente no rio que corta a área, o que configura grave crime ambiental. Além disso, os suínos eram transportados até o local por meio de uma balsa sem qualquer tipo de documentação sanitária ou autorização legal.

Segundo informações repassadas pelo Ministério Público, a carne desses animais estava sendo comercializada na cidade, colocando em risco a saúde da população e violando normas fundamentais de segurança alimentar e controle sanitário. De acordo com o promotor de Justiça Luiz Gustavo Quadros, que coordenou a ação, duas pessoas foram presas em flagrante no local e conduzidas à delegacia para os procedimentos legais.

Os detidos deverão responder por uma série de crimes, incluindo maus-tratos a animais, poluição ambiental, transporte irregular de animais e crimes contra as relações de consumo. As penas para esse tipo de infração podem incluir multas pesadas e detenção, a depender da gravidade das violações apuradas durante o inquérito.

A operação tem caráter preventivo e repressivo, e faz parte de um conjunto de ações que visam coibir práticas ilegais no arquipélago do Marajó, onde a fiscalização é muitas vezes dificultada pelas distâncias e pela logística desafiadora da região. Ainda assim, o MPPA garantiu que continuará monitorando a área e que novas ações podem ser realizadas a qualquer momento para impedir a reativação do matadouro ou a atuação de outros pontos clandestinos.

Além da interdição imediata do local, a Promotoria também requisitou análises técnicas para avaliar o nível de contaminação do rio e o impacto ambiental provocado pelo despejo de sangue e resíduos orgânicos. A medida é fundamental para determinar a extensão do dano ecológico e identificar possíveis medidas de reparação.

A população de Muaná foi orientada a não consumir carnes de procedência duvidosa e a denunciar locais que atuem de forma irregular. O MPPA também destacou a importância de adquirir produtos somente em estabelecimentos que cumpram normas de higiene, controle sanitário e comercialização.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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