O principal porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, afirmou, num breve comunicado divulgada na rede social X que “as autoridades locais e os residentes já estão a participar nos esforços de resgate dos afetados”.

Além disso, “equipas de apoio do centro e das províncias vizinhas também estão a caminho, e todos os recursos disponíveis serão utilizados para salvar vidas”, acrescentou.

A missão das Nações Unidas no país mobilizou pessoal para prestar “assistência de emergência e apoio vital”, enquanto o Crescente Vermelho afegão já enviou equipas médicas para Kunar, a província mais afetada.

Kunar é uma região remota na fronteira com o Paquistão, aninhada nos vales da cordilheira Hindu Kush, cuja população vive principalmente em casas precárias de barro e palha, extremamente vulneráveis a sismos.

Esta fragilidade estrutural, somada a décadas de conflito e à falta de infraestruturas, ampliou o impacto do desastre.

Pelo menos 622 pessoas morreram e mais de 1.500 ficaram feridas após o sismo de magnitude 6 na escala de Richter, na noite de domingo, disse hoje à agência de notícias o porta-voz do Ministério do Interior talibã, Abdul Mateen Qani.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o epicentro do sismo situou-se a 42 quilómetros de Jalalabad, capital da província de Nangarhar, e a uma profundidade de apenas oito quilómetros, o que agravou o nível de destruição.

O sismo de magnitude 6 na escala de Richter ocorreu às 23:47 locais (20:17 em Lisboa) e foi seguido por pelo menos dois abalos de magnitude 5,2.

Os tremores provocaram inúmeros deslizamentos de terras que bloquearam as poucas estradas existentes, isolando por completo dezenas de aldeias.

Jornalistas da agência de notícias France-Presse (AFP) sentiram os tremores em Cabul durante vários segundos, tal como em Islamabad, a capital do vizinho Paquistão, a 370 quilómetros de distância em linha reta.

Além do sismo principal, foram registados no Paquistão tremores e réplicas, embora nenhuma vítima ou dano material tenha sido confirmado até ao momento, de acordo com a televisão paquistanesa Geo TV.

Na escala de Richter, um sismo com uma magnitude entre 6 e 6,9 é classificado de forte, podendo ser destrutivo numa área de uma centena de quilómetros à volta do epicentro.

O Afeganistão é frequentemente atingido por tremores de terra, sobretudo na cordilheira Hindu Kush, perto da junção das placas tectónicas euro-asiática e indiana.

Este é já o abalo mais grave a atingir o país desde outubro de 2023, quando uma série de sismos devastou a província ocidental de Herat, causando mais de 1.500 mortos.

Leia Também: Pelo menos 600 mortos após sismo de magnitude 6.0 no Afeganistão

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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