Depois de ter atribuído 252,8 milhões de meticais (quatro milhões de dólares) para ajudar as vítimas do ciclone Chido em Moçambique, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) está a pedir mais fundos para mitigar os impactos da catástrofe.
Segundo informou a ONU News, na quinta-feira (19), cinco dias após a passagem do ciclone tropical Chido, as autoridades apontaram que mais de 182 mil pessoas foram afectadas. A província de Nampula, no Norte do País, está a enfrentar um surto de cólera com 294 casos confirmados e 21 mortes registadas.
As províncias mais afectadas pelo ciclone incluem Cabo Delgado, Nampula e Niassa, enquanto Tete e Manica estão a enfrentar impactos menores. O OCHA afirmou que as operações de resposta já começaram, mas o fornecimento de artigos de ajuda humanitária continua a ser insuficiente.
Embora tenham sido alocados quatro milhões de dólares para abrigos de emergência e reforço de serviços de protecção, Laura Bonde, Coordenadora Residente e Humanitária interina da ONU em Moçambique, destacou a necessidade de mais recursos financeiros.
“Precisamos urgentemente de financiamento adicional para sustentar a resposta humanitária, numa altura em que Moçambique enfrenta também a seca no Sul e a crise complexa em Cabo Delgado. Apelamos à comunidade internacional que apoie a resposta ao ciclone Chido, ajudando os mais necessitados e prevenindo retrocessos devido à falta de fundos”, afirmou a responsável.
Acções de Emergência
Organizações como o Programa Alimentar Mundial (PAM), a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) implementaram um mecanismo conjunto de resposta rápida. Estão a ser distribuídos kits de emergência contendo alimentos, materiais de abrigo, artigos não alimentares e recursos para água, saneamento e higiene.
Entretanto, o surto de cólera em Nampula está a aumentar os desafios para o Governo, para os parceiros e para a ONU na resposta ao ciclone. O baixo financiamento para lidar com as catástrofes naturais continua a ser uma preocupação no País.
Em 2024, apenas 5,8 milhões de dólares foram mobilizados através do Plano de Resposta às Necessidades Humanitárias para preparar e lidar com as crises climáticas, reforçando a necessidade de um maior apoio financeiro.