Por décadas, olhar no espelho e ver uma restauração prateada era praticamente um clássico de quem já tratou uma cárie. As obturações feitas com amálgama, uma mistura metálica constituída principalmente por mercúrio, eram sinônimo de resistência e durabilidade.

Dentistas confiavam no material e ele foi, por muito tempo, a primeira escolha em consultórios públicos e privados. No entanto, o que já foi padrão está chegando oficialmente ao fim: o Brasil inicia a eliminação do uso do amálgama dental.

Decisão sobre obturações

A decisão surgiu após a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de acordos internacionais que incentivam a redução do uso de mercúrio em produtos de saúde. O raciocínio é simples, o mercúrio é tóxico, tanto para o ser humano quanto para o ambiente.

Quando descartado de maneira incorreta, pode contaminar rios, solos e ecossistemas inteiros. O Ministério da Saúde aderiu à proposta e determinou a substituição gradual do material por opções mais modernas e seguras.

O perigo além do consultório

A toxicidade do mercúrio não é algo abstrato. Quando a restauração é manipulada ou removida, partículas podem ser liberadas no ar. Se o material é descartado no lixo comum, existe risco de contaminação ambiental.

O problema não é apenas o contato com pacientes, é toda a cadeia, desde o manuseio até o descarte final. Por isso, a transição não é apenas uma mudança odontológica, mas também uma ação de saúde pública e preservação ambiental.

Quem já possui amálgama precisa trocar a restauração?

A orientação dos especialistas é clara: não é necessário substituir uma restauração apenas por ela conter mercúrio. Enquanto estiver íntegra, bem vedada e sem infiltrações, o amálgama pode permanecer no dente sem causar riscos ao paciente.

A remoção sem necessidade, por outro lado, pode aumentar a exposição ao mercúrio, já que o processo de retirar o material libera vapores. A recomendação é simples, quem já possui esse tipo de restauração deve apenas manter acompanhamentos odontológicos periódicos.

Materiais que entram no lugar

Com o fim do amálgama, as restaurações passam a ser feitas com materiais como resinas compostas e compósitos modernos. Diferente do aspecto metálico das antigas obturações, esses novos materiais imitam a cor natural dos dentes, deixando a restauração praticamente imperceptível.

Além de mais estética, essa alternativa é segura e tem durabilidade semelhante à do amálgama, sem risco de contaminação ambiental.

É o fim de uma era prateada e o início de um novo ciclo, no qual tecnologia e sustentabilidade caminham lado a lado.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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