Jamie Carragher, ex-capitão do Liverpool, considerou que chegou a altura de o Manchester United despedir Rúben Amorim, depois de o técnico português ter somado a sua terceira derrota na Premier League (em seis jornadas) em casa do Brentford (3-1), seguindo na 14.ª posição do campeonato.
Em declarações ao programa “Monday Night Football”, da Sky Sports, o antigo central inglês defendeu que outro treinador que utilize um sistema tático diferente de Amorim poderia levar esta equipa do United até uma qualificação europeia na próxima temporada.
“Acho que [Amorim] ainda tem trabalho porque a gestão do Manchester United já cometeu tantos erros, em termos de decisões dentro e fora de campo, que não quer admitir neste momento que cometeu outro [ao contratá-lo]. Isto tem sido um desastre para o Manchester United, mas também para Rúben Amorim. O que ele fez no Sporting foi fantástico, parecia a próxima grande coisa enquanto treinador, mas contrataram um treinador que tem um sistema que não acho que seja adequado para um clube como o Manchester United e as suas tradições”, começou por opinar, acrescentando: “Quanto mais rápido tomarem esta decisão [de despedir Amorim], melhor será para todos. Estamos apenas à espera do inevitável, infelizmente, porque não gostamos de ver as pessoas perderem o seu trabalho, mas isto de terminar o mais rápido possível”.
Carragher apontou ainda que Amorim não deveria ser obrigado a mudar o seu sistema tático para um que se ajuste melhor aos seus jogadores, mesmo que ache que esse é o grande motivo pelo qual não está a ter sucesso em Old Trafford, daí defender a sua saída do clube, ainda que com “pena”.
“Eu nunca fui um grande fã de dizerem que ele tem de mudar o seu sistema. O seu bebé é o seu sistema. É como pedirem a Klopp para não fazer pressão ou a Pep Guardiola para não fazer passes curtos ao longo do campo. É assim que ele é. Isto é culpa de Omar Berrada ou de Jason Wilcox [diretores do United]. Foram eles que o foram buscar, sabiam disso quando o contrataram. O problema para Rúben Amorim é que qualquer outro treinador da Premier League pode olhar para ele e dizer: ‘Eu podia fazer um melhor trabalho'”, refletiu.
“O único aspeto positivo para o United é que não apostaram tudo no seu sistema. Apostaram tudo no sentido de lhe terem dado dinheiro para gastar, mas não compraram um monte de centrais e alas. Os reforços podem ser facilmente adaptados a um sistema a quatro, com Bruno Fernandes a número 10, Mbeumo na direita, Cunha na esquerda e Sesko na frente. Penso que um treinador competente poderia levar aquela equipa até lugares europeus, ou pelo menos lutar por eles. Não podia ter corrido pior [para Amorim] e sinto pena dele. É um treinador jovem e teve um grande início de carreira, o que fez no Sporting foi especial, mas estes resultados para um clube desta estatura são apenas inacreditáveis. Não quer ver ninguém a ser despedido, mas penso que o melhor para todos seria apenas apertarem as mãos e seguirem em frente”, concluiu Carragher.