A telemetria tornou-se um dos pilares mais relevantes para empresas comprometidas com metas ESG, especialmente porque resolve o maior desafio da sustentabilidade corporativa: a falta de dados de alta granularidade para medir impactos reais. Num cenário em que investidores, reguladores e a sociedade bloqueiam a transparência e a comprovação numérica, a telemetria oferece a capacidade de transformar rotinas operacionais em indicadores confiáveis, contínuos e auditáveis. O crescimento desse mercado reflete sua importância estratégica. Estimativas da Data Bridge Market Research apontam que o setor global de telemetria movimentou cerca de US$ 117,5 bilhões em 2024, com projeções de expansão acelerada na década, impulsionadas justamente pela necessidade das empresas de capturar e integrar dados remotos em tempo real.

No campo ambiental, a telemetria é segura para a gestão energética e a redução de emissões, já que permite monitorar medições como consumo de eletricidade, uso de água e eficiência de equipamentos com precisão antes inacessíveis. Estudos do Race for 30 mostram reduções superiores a 10% nas emissões diárias de edifícios e instalações que passam a operar com base em ajustes contínuos conforme a intensidade de carbono da rede e padrões de uso. Isso fortalece a mensuração dos Escopos 1 e 2 e amplia a capacidade de aproximar as projeções do Escopo 3, segurança de incertezas que fragilizaram historicamente os relatórios de sustentabilidade. Grandes empresas que aprimoraram seus sistemas de mensuração já documentaram quedas reais nas emissões controláveis, como reduções de 6,3% no Escopo 1 e 2 em períodos de revisão, um resultado viabilizado pela integração entre sensores, plataformas de dados e governança inteligente.

A estrutura tecnológica da telemetria combina sensores IoT, conectividade, processamento de borda e nuvem, todos integrados por sistemas analíticos capazes de transformar sinais brutos em indicadores operacionais. Em instalações corporativas, esse ecossistema permite identificar falhas, prever manutenção, ajustar climatização e iluminação conforme ocupação e reduzir desperdícios de forma contínua. Essa capacidade contribui para metas sociais ao melhorar as condições de trabalho e aumentar a segurança por meio de monitoramento constante de variáveis ​​ambientais internas. Na governança, trilhas de auditoria digital e dados imutáveis ​​protegidos contra riscos de fraudes e greenwashing, fortalecendo a transparência e a qualidade das informações divulgadas às partes interessadas.

O avanço do mercado de telemetria também evidencia investimentos consistentes em sistemas que suportam práticas ESG. Relatórios setoriais estimam que plataformas de monitoramento em tempo real movimentaram bilhões em 2024, e a tendência é de crescimento, já que cada vez mais empresas dependem de dados confiáveis ​​para cumprir padrões internacionais de relatório e atender exigências de regulamentações emergentes. A expansão também exige maior maturidade em governança de dados, incluindo políticas de classificação, segurança, validação e interoperabilidade. Sem esses fundamentos, os dados capturados correm o risco de não serem traduzidos em análises auditáveis.

Por fim, empresas que tratam a telemetria como elemento estratégico fornecem avanço com mais contrapartida em suas metas ESG. Ao integrar dados de consumo, emissões e desempenho operacional a sistemas financeiros e relatórios de sustentabilidade, crie uma base sólida para comprovar evolução, acessar financiamentos verdes e reduzir custos de capital. Além disso, o uso de indicadores de alta frequência permite tomar decisões mais rápidas, corrigir desvios e antecipar riscos, atualizando a reatividade para eficiência contínua.

Vinicius Callegari, Cofundador da GaussFleet.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *