Imagens recentes capturadas perto das ruínas da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, mostram cães com pelos azuis brilhantes vagando pela zona de exclusão. O fenômeno intrigou cientistas e ativistas da instituição Dogs of Chernobyl, responsável por monitorar os cerca de 700 cães que vivem na região contaminada.

Quase 40 anos após o pior acidente nuclear do mundo, a área permanece restrita para humanos. Os animais seriam descendentes dos cães domésticos abandonados durante a evacuação em 1986, quando o Reator nº 4 explodiu, espalhando radiação por toda a Europa e obrigando mais de 100 mil pessoas a deixarem suas casas.

Por que os cães ficaram azuis?

Os voluntários da Dogs of Chernobyl, grupo fundado em 2017, afirmam que os cães encontrados com pelos azuis vibrantes pareciam saudáveis, mas ainda não se sabe o que causou a mudança de cor.

Em comunicado, a instituição declarou:

“Durante a captura para esterilização, nos deparamos com três cães completamente azuis. Não sabemos exatamente o que está acontecendo, mas acreditamos que eles possam ter entrado em contato com algum tipo de produto químico.”

Os especialistas continuam tentando capturar os animais para realizar exames que confirmem a origem da pigmentação.

Chernobyl: um refúgio inesperado para a vida selvagem

Apesar dos altos níveis de radiação, a fauna local prosperou nas últimas décadas. Espécies como cavalos selvagens, veados e mais de 200 tipos de aves agora vivem livremente na região.

Segundo o pesquisador Germán Orizaola, em conferência realizada em 2022, os estudos indicam que “a área abriga uma grande biodiversidade, sem efeitos negativos significativos da radiação nas populações animais e vegetais”.

Hoje, a Zona de Exclusão cobre mais de 1.600 milhas quadradas e continua sendo um laboratório natural para o estudo da adaptação biológica. Mesmo aberta parcialmente para turismo desde 2011, o acesso segue controlado por regras rígidas do governo ucraniano.

Símbolo de resistência

Os cães tornaram-se um símbolo de sobrevivência em meio às ruínas radioativas de Chernobyl. Com o apoio de voluntários, recebem alimentação e cuidados veterinários, demonstrando notável capacidade de adaptação.
Enquanto isso, o mistério de seus pelos azulados segue sem explicação científica — mais um enigma nascido do lugar onde a natureza, contra todas as probabilidades, voltou a florescer.

Por Carlos Palermo

Fonte: Tupi FM

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By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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