Em 26 de abril de 1986, o reator número quatro da usina de Tchernóbil, no norte da Ucrânia, saiu de controle. O desastre liberou grandes quantidades de radiação na atmosfera durante um teste de baixa potência
A explosão ocorreu porque medidas de segurança foram ignoradas. O combustível de urânio derreteu as barreiras e o reator RBMK não possuía uma estrutura de contenção de aço ou concreto para reter a radiação
Duas pessoas morreram na explosão e 28 trabalhadores faleceram em três meses por radiação aguda. No total, estima-se que 200.000 pessoas foram realocadas de áreas contaminadas
O desastre afetou 150.000 km² em Belarus, Rússia e Ucrânia. Nuvens radioativas atingiram o hemisfério norte, mas os níveis globais de radiação na atmosfera recuaram rapidamente após três semanas
No curto prazo, a saúde e a rotina foram devastadas. Milhares de bombeiros e liquidadores enfrentaram radiação extrema na limpeza. A cidade ucraniana de Pripyat foi totalmente evacuada em apenas 36 horas
No médio prazo, surgiram 1.800 casos de câncer de tireoide em crianças. “Liquidadores” trabalharam na descontaminação e construíram o sarcófago original para selar os restos radioativos do reator quatro
O sarcófago de concreto deteriorou-se, exigindo um novo abrigo permanente. Nas regiões afetadas, o trauma resultou em sérios problemas psicológicos de longo prazo, como depressão, alcoolismo e apatia
Isótopos como Césio-137 e Estrôncio-90 permanecem no solo até hoje. Cerca de 12% de Belarus segue contaminada, exigindo inovações para recuperar a agricultura e garantir a segurança radiológica
Hoje, a zona de exclusão é habitada por animais selvagens, como lobos e javalis. Visitas limitadas são possíveis, pois a radiação atual é tolerável para humanos durante curtos períodos de exposição
Áreas atingidas buscam agora a renovação sustentável. O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) apoia projetos em saúde, agricultura digital e ecoturismo, transformando a região em um exemplo de resiliência e desenvolvimento futuro
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