Sprint para esquecer: onde está o campeão?

O GP da Catalunha de 2025 transformou-se num pesadelo para Francesco “Pecco” Bagnaia, bicampeão do mundo e outrora força dominante do MotoGP. Largando de um desastroso 21.º lugar na grelha, o italiano da Ducati nunca conseguiu mostrar competitividade, terminando apenas em 14.º, num resultado que deixou adeptos e analistas incrédulos.

Há apenas dez meses, Bagnaia tinha vivido um fim de semana perfeito em Barcelona, garantindo a pole position e vencendo as duas corridas do Grande Prémio da Solidariedade. Hoje, o cenário é oposto: um piloto em crise, atormentado por uma época irregular que o tem colocado à beira do colapso.

Sexta-feira negra e qualificação para esquecer

Logo nos treinos livres, Bagnaia ficou fora do top 20. A qualificação confirmou a tendência: apenas 21.º, o pior resultado dos últimos três anos, recordando o desastre de Portimão em 2022, quando uma queda o deixou fora da sessão. Com o recorde da pista fixado por Álex Márquez em 1m37.5s, Pecco só conseguiu quatro voltas no 1m38s durante todo o fim de semana.

Sprint sem chama

Na corrida curta de 12 voltas, as esperanças de recuperação esfumaram-se rapidamente. Sem mudanças significativas na moto, como confirmou o diretor de equipa Davide Tardozzi, o problema pareceu estar mais no lado psicológico: “Estamos a tentar manter saudável a atitude mental, que é parte deste pequeno desastre”, disse o dirigente.

Enquanto Álex Márquez liderava até cair na volta 9, entregando a vitória ao irmão Marc, e Fabio di Giannantonio celebrava mais um pódio pela VR46, Bagnaia ficava preso nos lugares de trás. Só beneficiou das quedas à frente para subir até ao 14.º lugar.

Ritmo alarmante

Os dados são claros: Marc Márquez manteve uma média de 1m39.624s durante a Sprint, enquanto Bagnaia nunca baixou da casa de 1m40s. A diferença de ritmo foi gritante: 1,437s entre as melhores voltas de ambos.

O silêncio de Pecco e as incógnitas

Após a corrida, Bagnaia optou pelo silêncio, sem esclarecer a razão para tamanha queda de rendimento numa pista onde sempre foi forte. O depósito de combustível reduzido e os problemas recorrentes na dianteira são apontados como fatores que penalizam o seu estilo de pilotagem, especialmente no formato Sprint.


O que é certo é que Pecco Bagnaia precisa de enfrentar os seus fantasmas se quiser voltar a ser protagonista. O campeonato começa a escapar-lhe por entre os dedos e a dúvida instala-se: assistiremos ao renascimento do campeão ou ao prolongar de uma espiral descendente?

O MotoGP segura a respiração, à espera de respostas de um homem que, até há pouco tempo, parecia inabalável.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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