Meia-atacante dos Blues não foi suspenso preventivamente e segue à disposição do técnico Enzo Maresca, enquanto aguarda o julgamento do caso
11 set
2025
– 09h10
(atualizado às 11h13)
A linha adotada pela equipe jurídica de Mykhailo Mudryk pode dar novos rumos ao processo pela possível violação do código antidoping por parte do meia-atacante do Chelsea. Isso porque a defesa do ucraniano sustenta que o resultado positivo para ostarina — substância incluída na lista da WADA (Agência Mundial Antidoping) — pode ter sido provocada por ingestão acidental de carne contaminada, e não por uso deliberado.
De acordo os representantes do meia, o exame apontou para uma concentração muito baixa da substância no corpo. O que, na versão da defesa, seria insuficiente para indicar um cenário de dopagem intencional. Vale destacar que o ucraniano realizou o procedimento fora de competição, ou seja, por rotina.
O caso segue sob investigação pelas autoridades competentes, e o ucraniano, por ora, não foi suspenso preventivamente. Nesse sentido, Mudryk segue à disposição de Enzo Maresca para os próximos compromissos do clube londrino.
Ostarina: o que é e por que é proibida?
Trata-se de um modulador seletivo de receptor androgênico (SARM), capaz de promover aumento de massa muscular e melhora do desempenho físico. Apesar de seus efeitos similares aos dos esteroides anabolizantes, alguns países a utilizam no tratamento de doenças musculares degenerativas.
O uso da substância no esporte, porém, é terminantemente vetado. Isso porque entende-se que há um elevado potencial de desequilíbrio competitivo entre quem consome ou não.
A hipótese levantada pela defesa e repercutida pela mídia local trata o consumo como ‘acidental’ se inserida no contexto. Os representantes alegam que a substância entrou no organismo do jogador de forma indireta, por meio do consumo de carne bovina proveniente de animais tratados com compostos anabolizantes.
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Precedentes reforçam tese
A argumentação da defesa do ucraniano segue por uma linha habitual no esporte. Diversos atletas conseguiram, ao longo dos últimos anos, comprovar que substâncias proibidas detectadas em seus corpos estavam associadas à ingestão de alimentos contaminados.
Muitos torcedores devem se recordar especialmente do caso durante a Copa Ouro, em 2011. Na ocasião, cinco jogadores da seleção do México acabaram absolvidos após testarem positivo para clenbuterol — substância proibida usada em rebanhos. O episódio ganhou bastante repercussão à época.
Além disso, mais recentemente, a NADA (Agência Antidoping da Alemanha) reconheceu a possibilidade de contaminação alimentar em casos similares ao dos mexicanos. A defesa entende, portanto, essa ação como algo que reforça a admissibilidade do argumento — desde que respaldado por laudos técnicos e análises complementares.
Chelsea acompanha investigação
Os Blues têm adotado postura cautelosa desde a divulgação preliminar do caso. Embora ainda não tenha emitido um posicionamento oficial, fontes próximas à diretoria confirmaram que o departamento jurídico do clube acompanha de perto as movimentações do processo.
Conforme mencionado, Mykhailo segue treinando normalmente e permanece disponível para o técnico Enzo Maresca. Os ingleses vão a campo às 16h (de Brasília) deste sábado (13), para encarar o Brentford, fora de casa, pela Premier League.
Já que a contraprova do exame já foi solicitada, o clube aguarda o resultado do novo teste para entender as punições mais factíveis ao jogador. Os ingleses também esperam sobre a avaliação de eventuais fatores externos, como a alimentação, para se movimentar.
Consequências possíveis
Caso as autoridades antidoping reconheçam a influência de fatores externos, ou seja, acatem a versão da defesa, o jogador poderá ser absolvido e seguir normalmente. Isso sem qualquer prejuízo à carreira.
Em contrapartida, a não comprovação da origem acidental da substância pode acarretar em suspensões longas. Tudo dependerá das investigações e análises baseadas em regulamentos da Fifa e da Premier League.
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