O município de Vinhais vincou esta quinta-feira estar contra a exploração de volfrâmio que vai ser feita a dois quilómetros do concelho, na Gudiña, em Espanha, e mostrou-se preocupado com a possível contaminação dos cursos de água.

Em declarações à Lusa, o presidente do município do distrito de Bragança, Luís Fernandes, adiantou que o assunto foi levado a reunião de câmara e foi elaborado um documento que manifesta a oposição face a esta exploração.

“Tomámos já a essa deliberação no sentido de manifestar a nossa oposição e preocupação por essa exploração mineira, uma vez que é junto à fronteira”, sublinhou.

Uma das preocupações do município incide na contaminação da água: “É mesmo perto da fronteira, do concelho, e também de onde há vários rios, sendo que uma das partes que pode ser logo contaminada é a água e, portanto, há várias zonas que poderão ser afetadas por essa exploração, por isso a preocupação é grande”, apontou.

O documento foi enviado a várias entidades em 2 de setembro, nomeadamente ao Ministério do Ambiente, Agência Portuguesa do Ambiente e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

“Outras medidas que seja necessário tomar, tomaremos e também perceber da parte do Governo português, neste caso do Ministério do Ambiente, se tem alguma informação, se foi feita alguma averiguação, se foi feita alguma comunicação”, disse.

De acordo com o autarca, o município não foi contactado a propósito da exploração mineira e “nenhuma instituição em Portugal foi contactada nesse sentido”.

O concelho de Vinhais está inserido no Parque Natural de Montesinho, sendo que Luís Fernandes faz parte da cogestão e, por isso, entende que também deverá ser feita “uma intervenção grande” no sentido de mostrar os impactos negativos que a exploração mineira terá para esta área protegida.

O Movimento UIVO, sediado em Vinhais, alertou na quarta-feira para a exploração de volfrâmio que vai ser feita na Gudiña, pela empresa Tungsten San Juan, filial galega da Eurobattery Minerals, que poderá levará à contaminação de rios e pôr em causa valores ecológicos do Parque Natural de Montesinho.

Em declarações à Lusa, Sara Riso, membro do movimento, disse que a exploração, a céu aberto, iniciará em 2026, mas já estão a ser desenvolvidos trabalhos no terreno, de movimento de terras e instalação de um pavilhão.

Chamou ainda à atenção para a avaliação de impacte ambiental transfronteiriça, que não foi feita, e é “um procedimento obrigatório ao abrigo da Convenção de Espoo, dada a proximidade desta exploração à fronteira”, pedindo uma intervenção urgente do Governo português.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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