Pequenos córregos que deságuam nos reservatórios já estão poluídos. Afluentes, como o rio Embu-Guaçu e Embu-mirim são afetados pelo esgoto. Ao UOL, moradores em condição de anonimato disseram que sofrem problemas de abastecimento e tem contato direto com água contaminada.
Não existem ecobarreiras. Antes a Sabesp mantinha algumas, mas caducaram e, até o momento, ao que tudo indica, não foram reestabelecidas essas ecobarreiras. O esgoto bruto, aquela sujeira mesmo, oriundos desses córregos já poluídos estão entrando diretamente na Guarapiranga. A gente tinha uma embarcação para manutenção das ecobarreiras até algum tempo atrás, agora tá parado. Mais ou menos quatro meses.
Adrian Meusburger, empresário e velejador

A curto prazo, a Sabesp deveria fazer a manutenção do sistema de esgoto que fica nos arredores dos reservatórios para sanar vazamentos e impedir que tubulações deságuem nas represas, segundo a especialista. No longo prazo, Marta explica que a solução passaria por uma regulação das moradias, unindo todos os órgãos responsáveis pelos reservatórios para uma discussão sobre viabilidade — o que não tem acontecido.
Seria necessário congelar todas as áreas habitacionais no entorno do reservatório, para isso o estado e município tem que se comunicar. Tem que deixar uma estrutura de unidades habitacionais para que as pessoas tenham um lugar decente e com dignidade. Segunda coisa é ter um sistema de fiscalização integrada, com tecnologia, drone, satélite. O terceiro é a questão da recuperação de áreas. Uma recuperação efetiva de áreas de mananciais. Não se pode permitir que grandes empreendimentos sejam colocados no reservatório, como foi o caso do Rodoanel, ou como no Guarapiranga, que assorearam, colocaram terra e cimento.
Marta Marcondes, professora da USCS
É preciso definir competências, das responsabilidades de cada ator que se envolve. Todo mundo tem que sentar junto para pensar em ações conjuntas, que aí esbarram na questão social, da habitação. Então é necessário que seja estudado o que vai fazer com essas pessoas, porque elas não podem ser expulsas, precisam sair para que o manancial seja protegido, mas para onde elas vão?
Mayara Torres, moradora e ativista