Uma grave ocorrência ambiental foi registrada na manhã do último sábado (25) no Rio São José dos Dourados, no município de Meridiano, região de Fernandópolis. Centenas de peixes foram encontrados mortos ou em estado de sufocamento após a água do rio apresentar uma coloração turva e exalar um odor forte, levantando a imediata suspeita de contaminação por vinhaça.
A situação de desastre ambiental foi trazida à tona por pescadores e imediatamente verificada pelo vereador Cleomar Faria Gonçalves, conhecido como “Pombinha”. O parlamentar esteve no local e confirmou a dimensão da tragédia.
“São centenas de peixes mortos e um número absurdo de outros com dificuldade de respirar. Vimos muitos sufocados tentando sair da água. Infelizmente, muitos outros ainda devem morrer,” relatou o vereador, chocado com o cenário.
Suspeita de Vazamento de Vinhaça
No trecho afetado do rio, a cor da água estava visivelmente alterada, característica que, segundo a suspeita inicial, aponta para um possível vazamento de vinhaça, subproduto da cana-de-açúcar.
A preocupação aumenta, pois uma Usina pertencente ao grupo COFCO International opera nas proximidades do local. O descarte inadequado da vinhaça em cursos d’água consome rapidamente o oxigênio, causando a asfixia em massa da fauna aquática, o que condiz com o estado de sufocamento em que os peixes foram encontrados.
Posicionamento da COFCO International
Em nota oficial, a COFCO International se posicionou sobre o caso. A empresa esclareceu que, de fato, houve o rompimento de uma adutora em suas instalações na sexta-feira (24), mas garantiu que o problema foi imediatamente contido por sua equipe.
O ponto central do posicionamento da empresa é a desvinculação dos fatos: a COFCO afirma que o rompimento da adutora “não pode ser apontado como causa da mortandade de peixes que vem ocorrendo desde o dia 15 de outubro no rio São José dos Dourados.”
Desta forma, a empresa alega que a mortandade em curso é anterior ao seu incidente. A COFCO International informou que está acompanhando o caso junto à CETESB e autoridades locais e contribuindo ativamente com os órgãos competentes para o esclarecimento das causas reais do dano ambiental.
A investigação agora deve se concentrar na identificação da fonte da contaminação que se iniciou em meados de outubro, conforme o cronograma apresentado pela empresa.
