Polícia Civil apura denúncias de pulverização próxima à barragem; pescadores cobram medidas
Uma sequência de mortandades de peixes registrada desde o início de 2025 em afluentes que abastecem a barragem de Poço Branco, no Rio Grande do Norte, está sendo investigada pela Polícia Civil. A barragem é o quarto maior reservatório do estado e fonte de subsistência para centenas de pescadores.
Trabalhadores da pesca relatam preocupação com a possível contaminação da água, levantando suspeitas sobre pulverizações realizadas com drones em uma fazenda localizada nas proximidades da barragem. A Colônia de Pescadores do município formalizou denúncia junto à Secretaria de Turismo e Meio Ambiente de Poço Branco, solicitando providências.

Entre as reivindicações apresentadas está a realização de uma análise da água do reservatório, com foco na identificação de possíveis resíduos de agrotóxicos. A entidade também solicita o cumprimento das normas de distanciamento entre áreas de pulverização e corpos d’água, que, segundo regulamentação, devem respeitar uma distância mínima de 250 metros para mananciais de uso não potável e de 500 metros para os que servem ao abastecimento humano.
A fazenda mencionada na denúncia possui terrenos que se estendem por até 10 quilômetros ao longo do leito do rio. Há preocupação de que a pulverização esteja ocorrendo ao longo de toda a extensão da propriedade, afetando o ecossistema da barragem.

A atividade pesqueira na região envolve 160 pescadores cadastrados na Colônia de Poço Branco, além de outros 300 trabalhadores não registrados formalmente. A comunidade teme impactos na fauna aquática e possíveis riscos à saúde pública, caso haja contaminação do pescado e da água utilizada pela população local.
Em resposta, a Secretaria de Turismo e Meio Ambiente de Poço Branco informou que uma vistoria foi realizada na quinta-feira (10.jul.2025), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (Idema). O órgão ainda não divulgou os resultados da fiscalização nem informações sobre a propriedade suspeita.
A Polícia Civil também esteve no local para verificar a veracidade das informações e investigar os relatos iniciais. Questionada sobre prazos para conclusão das apurações, a corporação não apresentou estimativas nem detalhou suspeitas relacionadas à fazenda investigada.
Foto: Reprodução/Redes sociais
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