O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, manifestou solidariedade ao Sudão pelas mortes e deslocamento de “tantas famílias” na sequência de deslizamentos de terra que causaram cerca de mil mortos naquele país.
“A perda de vidas e o deslocamento de tantas famílias são verdadeiramente devastadores e os nossos pensamentos estão com todos os afetados por esta tragédia. A nação moçambicana está em solidariedade com o Sudão durante este momento difícil”, disse o chefe de Estado de Moçambique, citado num comunicado da Presidência, enviado à comunicação social.
No documento, Daniel Chapo também fez menção à crescente frequência de desastres naturais em África, defendendo, por isso, “respostas estruturais” e “maior mobilização” de recursos para fazer face ao problema no continente.
“Na qualidade de Campeão da União Africana para a Gestão de Risco de Desastres, [o Presidente] reafirma o seu compromisso em trabalhar com os Estados-membros e parceiros no fortalecimento dos sistemas de aviso prévio e de intervenção antecipada”, lê-se ainda no documento da Presidência.
O deslizamento de terras, que ocorreu no domingo, dia 31 de agosto, após chuvas torrenciais, deixou centenas de mortos na vila de Tarasin, situada nas Montanhas Marrah, na região ocidental do Darfur, no Sudão, num vale de difícil acesso, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
Até mil pessoas, praticamente toda a população da vila, podem ter sido mortas, segundo a ONU, mas o número de vítimas e a extensão dos danos continuam muito difíceis de avaliar nesta área de difícil acesso, em grande parte controlada pelos rebeldes do Movimento de Libertação do Sudão (MLS).
“Encontrámos 370 corpos, outros ainda estão presos sob as rochas e alguns foram arrastados pelas enchentes”, disse Ibrahim Souleïmane, chefe da comuna de Daramo, onde fica a vila, num vídeo divulgado pelo MLS.
Esta tragédia atinge um país devastado por um conflito que eclodiu em abril de 2023, causando dezenas de milhares de mortes, provocando o deslocamento de milhões de habitantes para o exterior e resultando no que a ONU descreve como a “pior crise humanitária do mundo”, com o estado de fome declarado em várias áreas e uma epidemia de cólera, que afeta particularmente o Darfur.