A praia fluvial da Fraga da Pegada, uma das joias da Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, reabriu esta segunda-feira a banhos, cinco dias após uma interdição por alegada contaminação biológica que o presidente da Câmara considera ter sido um “potencial erro técnico”. A contra-análise à qualidade da água ditou o fim da proibição, mas a controvérsia está longe de terminar, com o autarca a prometer levar o caso “até às últimas consequências”.
A interdição, decretada na passada quarta-feira, causou “prejuízos elevados” e um “dano reputacional difícil de apagar”, segundo Benjamim Rodrigues, presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros. Em comunicado enviado à agência Lusa, o autarca socialista não escondeu a sua insatisfação. “A contra-análise veio agora dar-nos razão, mas a insatisfação para com os prejuízos causados, essa, não fica remediada com o levantamento da interdição”, vincou.
Esta não é a primeira vez que a estância balnear do Azibo enfrenta uma situação do género. Em 2024, um episódio semelhante já tinha levado ao fecho da praia, com consequências negativas para a economia local. “Já no ano passado passámos por uma circunstância idêntica e isto cria problemas graves aos banhistas, aos turistas e aos comerciantes da região”, lamentou o autarca.
Benjamim Rodrigues aponta o dedo ao procedimento de recolha de amostras para análise e à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), exigindo que “alguém vai ter de assumir responsabilidades por estes erros recorrentes”.
O impacto económico da interdição, agora provada “completamente desnecessária e equívoca”, foi severo. Segundo o presidente da Câmara, os comerciantes locais viram a sua faturação cair para cerca de 30% do normal para esta altura do ano. “Há, inclusive, relatos de turistas que cancelaram estadias na nossa região por causa desta situação”, revelou o autarca, manifestando-se “profundamente descontente”.
“Não podemos admitir que, depois de tanto esforço feito para manter a qualidade das nossas praias, erros que não são da nossa responsabilidade venham a pôr em causa a justa perceção de que temos das melhores praias fluviais do país”, concluiu Benjamim Rodrigues, determinado em apurar responsabilidades para evitar que a situação se repita no futuro.