Apelidado de Doutor Catástrofe por prever a crise financeira global de 2008, o economista Nouriel Roubini definiu, em apresentação recente, a Europa de hoje em dia como um museu. O lastro de sua impressão é a crise a que o continente foi atirado pela guerra Rússia x Ucrânia com danos colaterais na sua indústria, causados pelo encarecimento do gás natural. A vergada petroquímica europeia evoca o veredicto de Roubini com diversas plantas menores e antigas sendo fechadas ou passadas adiante pelos controladores originais. Referência dessa descida em espiral é o comunicado à mídia de 5/6 pela LyondellBasell, pilar mundial das poliolefinas, da operação de venda, por montante não divulgado e a ser finalizada em 2026, de quatro fábricas de resinas e petroquímicos básicos para a alemã Aequita.
Peter Vanacker, CEO da LyondellBasell, interpretou no release a transação como um passo significativo para expandir e elevar o padrão da atividade básica da companhia. Os quatro ativos a serem vendidos incluem duas plantas de polipropileno (PP) de capacidades não especificadas na Espanha (Tarragona) e Inglaterra (Carrington); um complexo com cracker de 400.000 t/a com unidades de polietileno de alta densidade (PEAD), eteno e propeno na Alemanha (Münchsmünster) e, na França (Berre), um complexo com cracker de 465.000 t/a e fábricas de polietileno de baixa densidade, eteno, propeno e butadieno.
Em encontro com investidores, relatou em 5/6 o site Chemical Week, a LyondellBasell assinalou que os bens destinados à Aequita geravam um “modesto” Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e requereram gastos da ordem de € 110 milhões entre 2020 e 2024. À parte essas unidades, a Europa passa a representar 21% da capacidade global de olefinas e poliolefinas da LyondellBasell. Pelas estimativas da empresa, a encaminhada transação com a Aequita deverá elevar sua margem de Ebitda em torno de três pontos percentuais. Em 2024, noticiou o site Plastics News, a LyondellBasell divulgou receita de US$ 40.3 bilhões ou -2% frente ao saldo de 2023 e lucro de US$ 1.37 bilhão , resultado 35% inferior ao registro anterior.