O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (4) que pretende visitar a Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A viagem ainda não tem data definida.
O anúncio ocorreu durante o lançamento do programa Gás do Povo, em Belo Horizonte (MG). Lula destacou as dificuldades de acesso à região, que fica a mais de 500 quilômetros de distância de Boa Vista, em área de floresta.
“Eu estou marcando uma viagem minha agora. Uma viagem de mais de 500 quilômetros, selva adentro, em Roraima, porque eu quero visitar o povo Yanomami no coração da selva amazônica, porque nunca foi um governante lá. E não tem como ir de barco, não tem como ir de estrada, porque não tem estrada”, disse.
Crise humanitária
A Terra Yanomami sofre há anos com a presença de garimpo ilegal, responsável por contaminação dos rios por mercúrio e pelo agravamento das condições de saúde. Em 2023, o governo federal decretou estado de emergência sanitária devido ao aumento de casos de desnutrição e malária.
Uma força-tarefa com vários ministérios foi montada para retirar invasores e ampliar a assistência médica. Houve redução no número de mortes, mas, segundo lideranças indígenas, ainda há altos índices de doenças e insegurança alimentar.
Em 2024, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou contaminação por mercúrio em indígenas de nove aldeias. Das amostras de cabelo coletadas em cerca de 300 pessoas, incluindo crianças e idosos, 84% apresentaram índices acima de 2,0 µg/g e 10,8% acima de 6,0 µg/g.
As comunidades Yanomami continuam cobrando medidas permanentes para a retirada dos garimpeiros e melhoria nas condições de vida no território.