Foi finalmente identificada a origem dos episódios de poluição que há várias semanas afetavam uma linha de água na cidade de Abrantes, junto à Urbanização da Samarra. Uma ligação indevida de um edifício à rede pluvial fazia com que as águas residuais das cozinhas fossem descarregadas diretamente na ribeira, provocando maus cheiros e preocupações ambientais entre os moradores.
A anomalia foi detetada pela Abrantáqua após várias inspeções e diligências conjuntas com os Serviços Municipalizados de Abrantes (SMA), tendo a situação sido já corrigida, indicou hoje os SMA. A ribeira permanece sob monitorização, sem novos indícios de contaminação, indica nota informativa.

A origem da poluição que motivou queixas e alarme na Urbanização da Samarra, em Abrantes, foi finalmente identificada e corrigida. De acordo com os Serviços Municipalizados de Abrantes (SMA), após várias deslocações e inspeções em colaboração com a Abrantáqua, foi detetada uma ligação indevida de um edifício, que fazia escoar as águas residuais das cozinhas para a rede pluvial, em vez da rede de saneamento.
Essa anomalia fazia com que os efluentes domésticos fossem descarregados diretamente para a linha de água que atravessa a Encosta da Barata, provocando maus cheiros, espuma e resíduos oleosos que vinham sendo denunciados pelos moradores.
“A ligação incorreta foi prontamente corrigida no primeiro dia útil após a sua deteção, e desde então não se verificaram novos indícios de contaminação”, informou hoje a Abrantáqua, em nota enviada ao nosso jornal pelos SMA.
O problema foi identificado a 24 de outubro, depois de vários dias de análises, aberturas de caixas de visita e recolha de amostras em pontos estratégicos. Segundo a entidade gestora, as intervenções de limpeza da linha de água e as verificações técnicas permitiram isolar a origem do foco poluente.
Os SMA garantem que o local se mantém sob vigilância contínua, assegurando que as equipas continuam no terreno para acompanhar a evolução da situação.
A descoberta da causa surge depois de semanas de preocupação entre os habitantes da Urbanização da Samarra, que se queixavam de cheiros intensos, descargas ilegais e pragas de ratazanas e mosquitos (AQUI).
“É um cheiro horrível, há ratos, há de tudo e mais alguma coisa”, lamentava Odília Rosa, residente na zona, em declarações ao mediotejo.net. Outros moradores, como João Damásio e Arnaldo da Luz, diziam que o problema “já durava há anos” e “afetava a qualidade de vida de quem ali vive”.
Na altura, o diretor delegado dos SMA, Ricardo Aparício, garantiu que as equipas estavam a investigar o caso e admitiu que poderia tratar-se de “uma ligação ilegal”, o que agora se confirmou.

Quanto à limpeza e desmatação da linha de água, os SMA informam que os trabalhos estão a ser articulados com a Câmara Municipal, devendo avançar assim que as condições meteorológicas o permitam.
Já no que respeita à desratização, os serviços esclarecem que não é possível aplicar produtos diretamente na linha de água, sendo apenas viável a colocação de iscos em caixas de visita — procedimento que “já foi e continuará a ser efetuado”.
Com a causa do problema identificada e resolvida, os SMA sublinham que a situação se encontra estabilizada, embora sob monitorização constante, numa tentativa de garantir que não voltam a ocorrer descargas indevidas neste curso de água urbano.
