*Artigo escrito por Dyego Frasson, advogado empresarial, especialista em ambientes de negócios e operações de M&A. Membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de ESG do Ibef-ES.
R$ 50 milhões movimentados em rodadas de negócios. Startups boas-vindas de todos os estados brasileiros. Três dias de programação intensa em praça pública, onde a inteligência coletiva se encontrou com o calor do território.
O ESX deixou de ser apenas um evento – tornou-se uma plataforma. Um exemplo vivo de como um Estado pode, com intencionalidade e estrutura, assumir o papel de polo nacional de inovação e negócios.
Leia também: NR-1 e governança ESG: marco a sustentabilidade corporativa
O que se viu na edição de 2025 não foi apenas uma feira com palco e startups. Foi a consolidação de uma estratégia articulada, onde governo, centrosempresas e empreendedores mais do que espaço — visão conjunta.
Do ESX à nova agência Investe ES, passando pelo plano ES-500, o Espírito Santo vem fazendo o que muitos territórios ainda evitam: dar forma institucional à inovação inovadora. E isso reposiciona o papel do Estado na inovação.
Porque inovação, sem ambiência, é discurso. O que sustenta os ecossistemas não é uma agenda de um dia, mas um ajuste que faz entre os atores certos, com clareza de papéis e compromissos de longo prazo.
O Espírito Santo acerta ao criar espaços que não apenas exibem tecnologia, mas provocam encontros, negociam futuro e alinham capital com propósito. É essa arquitetura — feita de escolha pública, incentivo privado e curadoria séria — que transforma eventos em plataformas de desenvolvimento econômico.
Inovações e iniciativas
Iniciativas como essa mostram que a integração intencional de lideranças e atores — mesmo em formatos locais ou com menor escala — é um caminho eficiente para fortalecer economias. Além de investimentos e acelerar a maturidade dos territórios.
Quando o ambiente se organiza em torno de um propósito, a inovação deixa de ser narrativa e passa a ser prática. É essa virada institucional que permite ao Espírito Santo deixar de acompanhar a inovação e passar a conduzir com estrutura, coerência e visão de longo prazo.
Cabe agora às lideranças — públicas e privadas — em seus próprios territórios, refletindo sobre como estratégias como essas podem ter adaptação, como ativar e sustentar como política de futuro.
Porque não se trata apenas de fazer um bom evento. Portanto, trata-se de construir, com intenção, o tipo de ambiente onde a transformação realmente acontece.
Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.
