Na passada quinta-feira, o presidente Libanês Joseph Aoun anunciou que as investigações sobre as causas pela explosão no porto de Beirute no dia 4 de Agosto de 2020 serão levadas a cabo – e até ao fim – para apurar responsabilidades e julgar os culpados.
Estas afirmações foram feitas numa reunião em Baabda com um grupo representante dos familiares das vítimas, que há quase 5 anos exigem justiça por parte do estado Libanês.
Apesar da confiança demonstrada pela delegação dos familiares para com o executivo de Aoun, o processo de investigação tem sido constantemente interrompido desde 2020, com especial realce para a participação conturbada do juiz Tarek Bitar, a quem foi atribuído o papel de interrogar os suspeitos em 2021, mas que foi alvo de críticas e pressões por parte de algumas figuras políticas Libanesas.
Bitar, entretanto, retomou as investigações em Fevereiro deste ano e terá em Aoun um apoio inédito e a promessa para prosseguir com o processo até ao fim. Segundo o presidente da República, o compromisso do seu governo é claro: “teremos de desvendar a verdade do sucedido e de responsabilizar aqueles que causaram esta catástrofe. Esta é a única forma de eliminar o Líbano da corrupção e negligência.”
A explosão do porto de Beirute, considerada uma das mais devastadoras na história da humanidade, fez 218 mortos e cerca 7 mil feridos, e causou ainda o desalojamento de mais de 300 mil pessoas na capital Libanesa. A poucos dias do quinto aniversário da explosão, esta intervenção de Joseph Aoun traz alguma esperança ao povo Libanês, que tem aguardado há demasiado tempo pela justiça.
João Sousa, a partir do Líbano para a e-Global