O ex-capitão do cruzeiro Costa Concordia, Francesco Schettino, enfrenta esta terça-feira, 4 de março, uma audiência judicial para determinar se poderá cumprir o restante da sua pena em regime de semiliberdade. Condenado em 2017 a 16 anos de prisão, Schettino cumpre pena pelo seu papel no desastre marítimo de 13 de janeiro de 2012, que resultou na morte de 32 pessoas ao largo da ilha italiana de Giglio.

De acordo com a agência italiana ANSA, Francesco Schettino, agora com 64 anos, já cumpriu metade da pena, atingindo o período necessário para poder requerer um regime alternativo à reclusão total. A legislação italiana permite que condenados que tenham demonstrado bom comportamento possam pedir semiliberdade, um regime que possibilita passar parte do tempo fora da prisão, sujeito a restrições.

A audiência que decorre esta terça-feira será crucial para definir o futuro do ex-capitão, que há anos tem tentado diversas vias legais para sair da prisão antes do fim da pena.

Um julgamento marcado por polémicas
O desastre do Costa Concordia ficou marcado por uma série de falhas graves atribuídas a Schettino, incluindo a manobra arriscada que levou o cruzeiro de 400 milhões de libras a colidir com rochas submersas perto da costa de Giglio. Durante o julgamento, a acusação apresentou provas de que o comandante abandonou a embarcação antes da evacuação completa dos passageiros e tripulação, o que lhe valeu a alcunha de “Capitão Covarde”.

Além disso, foram levantadas questões sobre a conduta de Schettino na noite do acidente. Testemunhos indicaram que o ex-capitão teria estado a beber e a dançar com uma mulher antes do naufrágio. A bailarina moldava Domnica Cemortan, que trabalhava no navio como representante de excursões, foi acusada de ter distraído o comandante. No entanto, sempre negou qualquer responsabilidade na tragédia.

O possível regresso de Francesco Schettino à liberdade gerou um intenso debate em Itália. Enquanto alguns argumentam que ele já cumpriu tempo suficiente e merece a chance de reinserção social, familiares das vítimas do naufrágio consideram que 16 anos já era uma pena branda para a gravidade dos seus crimes.

Caso a Justiça italiana conceda a semiliberdade, Schettino poderá cumprir o resto da sua pena fora da prisão, mas sob vigilância e com limitações. A decisão será conhecida após a audiência desta terça-feira, num caso que continua a gerar forte repercussão mais de uma década após o desastre.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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