Uma jovem de 25 anos, moradora do Jardim dos Manacás, é a primeira vítima da febre maculosa em Itu, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). O óbito foi confirmado pela prefeitura após análises do Instituto Adolfo Lutz, liberadas em 20 de outubro.
Conforme a Secretaria Municipal da Saúde, ela morreu em 28 de setembro. Dias antes, a paciente procurou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento, mas, com o agravamento do quadro, foi transferida para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital da Santa Casa com suspeita clínica de doenças febris agudas hemorrágicas.
Há a suspeita de que a jovem possa ter contraído a doença em uma região próxima ao Parque das Lavras, em Salto — que foi interditado no mês passado por prevenção com o potencial aparecimento de carrapato-estrela no local. Contudo, a prefeitura ainda não confirma. “Durante o atendimento, não foi informado à equipe de saúde que a paciente esteve em área com risco de contaminação para febre maculosa”, informa a nota. Ainda assim, a Vigilância Epidemiológica explicou que segue em contato com a família para investigar o local provável de contaminação.
Em Itu, além dessa morte, a cidade tem um caso confirmado neste ano que não evoluiu para óbito. Em 2024, por sua vez, não houve nenhuma notificação para a doença.
Salto
Já em Salto, a situação é mais alarmante. É a cidade com mais casos e mortes da RMS. São três óbitos confirmados até o momento. Uma quarta morte na cidade também estava em investigação, mas, conforme a Secretaria da Saúde, a doença foi contraída no município. No entanto, a vítima era moradora de Salesópolis. Por isso, o caso não entra na contagem local.
Conforme informou a prefeitura à Agência Brasil, as secretarias responsáveis estão fazendo o acompanhamento dos casos suspeitos e intensificaram as ações de orientação à população da cidade. O monitoramento dos locais de possível contaminação, assim como ações de prevenção, com aplicação de carrapaticida biológico e fungos naturais em áreas públicas, fazem parte da programação.
Em Sorocaba, Votorantim e Araçoiaba da Serra não há casos suspeitos e/ou confirmados até os dez primeiros meses de outubro de 2025.
O que é?
A febre maculosa é uma doença infecciosa grave, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida pela picada do carrapato-estrela infectado — geralmente encontrado em capivaras, cavalos e outros animais que vivem próximos a áreas de rios e matas.
No Painel de Monitoramento de Febre Maculosa, do Governo do Estado, a maior causa de infecção da doença acontece pelo contato direto com o carrapato, com 42% dos casos, seguido de cão e gato (14%), capivara (12%), equino (7%), bovino (4%) e outros.
Os sintomas iniciais costumam aparecer entre dois e 14 dias após a picada e incluem febre alta, dor de cabeça, fraqueza, dores musculares, náuseas e manchas avermelhadas pelo corpo. Sem tratamento rápido, o quadro pode evoluir para formas graves e até levar à morte. (T.M.)
