O Japão, localizado em uma região de intensa atividade sísmica, enfrenta historicamente terremotos e tsunamis devastadores. O desastre de 2011 em Fukushima, que resultou em mais de 20 mil mortes e o colapso da usina nuclear, evidenciou a necessidade de medidas preventivas.

Inspirado em estratégias de defesa históricas, como a Grande Muralha da China, o país iniciou em 2014 a construção de uma barreira costeira de 15 metros de altura e 400 km de extensão. O objetivo principal é mitigar os impactos de futuros tsunamis, garantindo maior segurança às populações litorâneas.

Iniciada em 2014, a construção da muralha consumiu US$ 6,8 bilhões, abrangendo regiões críticas do litoral japonês. A altura de 15 metros em certos trechos visa neutralizar ondas de magnitude similar às de 2011. O projeto integra um plano nacional de prevenção de desastres, priorizando a redução de danos materiais e humanos.

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Controvérsias ambientais e sociais

A construção gerou debates sobre seus impactos ecológicos e comunitários. Moradores relataram perda de acesso a áreas costeiras tradicionais e alterações irreversíveis na paisagem local.

Ambientalistas alertam para possíveis desequilíbrios em ecossistemas marinhos, enquanto críticos destacam o alto custo em relação a benefícios incertos. Agricultores e pescadores expressaram preocupações sobre o efeito da muralha em suas atividades econômicas. As autoridades defendem a obra como necessária, citando lições aprendidas após Fukushima.

Razões para a construção da Grande Muralha

Construída ao longo de séculos, entre o século VII a.C. e o século XVII, a Grande Muralha consolidou-se como uma obra monumental. Sua principal finalidade era proteger as fronteiras norte do Império Chinês contra incursões de povos nômades, como os Xiongnu e os Mongóis. A Dinastia Ming (1368–1644) foi responsável pela maior parte da estrutura visível hoje, reforçando seu papel estratégico na defesa territorial.

A muralha funcionava como uma barreira física contra ataques frequentes de tribos das estepes da Ásia Central. Esses grupos, em busca de recursos, ameaçavam regiões agrícolas chinesas. A construção de torres de vigilância e postos militares permitia o monitoramento contínuo, garantindo respostas rápidas a invasões.

Além da defesa, a estrutura facilitava o controle sobre a Rota da Seda. Autoridades imperiais regulavam o fluxo de mercadorias, cobravam impostos e monitoravam o trânsito de informações. Essa vigilância assegurava que o comércio beneficiasse o império, evitando contrabando e espionagem.

By Daniel Wege

Consultor HAZOP Especializado em IA | 20+ Anos Transformando Riscos em Resultados | Experiência Global: PETROBRAS, SAIPEM e WALMART

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