Uma comunidade local no centro-oeste do Japão aprovou esta sexta-feira o reinício das operações da maior central nuclear do mundo, Kashiwazaki-Kariwa, um passo importante no processo de retoma do funcionamento da unidade.
Hideyo Hanazumi, governador do departamento de Niigata (centro-oeste do Japão), onde se localiza a central, anunciou que deu “luz verde” ao reinício do funcionamento parcial da central durante uma conferência de imprensa.
O Japão encerrou todos os seus reatores nucleares de produção de energia elétrica na sequência do desastre de Fukushima em 2011, tendo até agora reiniciado já 14. No final de outubro, 11 reatores estavam em funcionamento em todo o país, com uma capacidade total de 10.647 MW. Antes do desastre, as concessionárias japonesas operavam 54 reatores.
A decisão elimina o último obstáculo até enfrentado pela Tokyo Electric Power Company Holdings (TEPCO), que tem planos para colocar em funcionamento as duas maiores unidades da central — as números 6 e 7, que juntas podem produzir 2.710 megawatts de eletricidade — e eventualmente desativar algumas das cinco unidades restantes. A capacidade total de Kashiwazaki-Kariwa é de 8.212 MW.
Em outubro, a TEPCO concluiu as verificações no reator nº 6 após o carregamento de combustível, afirmando na altura que tinha confirmado que os principais sistemas necessários para o arranque do reator estavam a funcionar corretamente.
A empresa prometeu às comunidades locais 100 mil milhões de ienes (550 milhões de euros) em apoios como forma de vencer oposições e de obter apoio para este reinício, que a TEPCO procura há anos.
Este passo está em linha com os planos da nova primeira-ministra, Sanae Takaichi, de apoiar mais reinicializações nucleares para fortalecer a segurança energética.
A restauração parcial da central de Kashiwazaki-Kariwa ajuda o Japão a reduzir os custos de importação de gás natural liquefeito. O país é segundo maior comprador de gás natural liquefeito do mundo depois da China.