A discussão sobre o futuro da Warner Bros Discovery ganhou um novo capítulo após James Cameron se posicionar de forma direta sobre a possibilidade de a empresa ser adquirida pela Netflix.
Em entrevista ao podcast The Town with Matt Belloni, o diretor de Avatar e Titanic afirmou que a compra seria “um desastre”, reforçando seu incômodo com o modelo de distribuição adotado pela gigante do streaming.
A fala veio num momento em que WBD avalia propostas de compra de grupos como Paramount/Skydance, Comcast e justamente a Netflix, que aparece como uma das interessadas.
James Cameron é crítico ao modelo de lançamento de filmes da Netflix nos cinemas
Cameron criticou abertamente a visão da plataforma sobre cinema tradicional. Segundo ele, a postura do co-CEO Ted Sarandos de que “o cinema está morto” enfraquece a janela teatral e reduz o papel cultural dos filmes feitos para a tela grande. O cineasta argumentou que um estúdio histórico como a Warner, responsável por obras que moldaram a linguagem do audiovisual, perderia parte de sua identidade ao ser absorvido por uma empresa cujo foco é o consumo domiciliar imediato.
O diretor foi ainda mais duro ao comentar a estratégia da Netflix de lançar filmes por poucos dias nos cinemas apenas para cumprir exigências do Oscar. Ele classificou esse modelo como “fundamentalmente podre”, afirmando que o cinema precisa ser pensado para a experiência teatral e que a premiação perde sentido quando ignora essa relação. Para Cameron, a Netflix só deveria competir em igualdade no Oscar ao garantir uma janela ampla de exibição: “pelo menos um mês em duas mil salas”.
Por que a venda teria um impacto negativo para a indústria do cinema?
A crítica de Cameron toca em uma ferida antiga da indústria: o conflito entre o streaming e a tradição das salas. Para muitos diretores, entre eles Christopher Nolan, Denis Villeneuve e agora Cameron, a experiência coletiva da sala escura segue sendo parte indispensável da arte cinematográfica.
A possibilidade de uma aquisição pela Netflix poderia redefinir o equilíbrio de forças da indústria, alterando janelas de exibição, licenciamento e o caminho criativo de algumas das maiores marcas do entretenimento mundial.
Se a venda vai acontecer — e para quem — ainda não está definido, mas a mensagem do diretor é clara: o destino da Warner Bros influencia diretamente o destino da própria cultura cinematográfica.
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