Por Angeliki Koutantou e Alvise Armellini
A Itália pediu a uma flotilha internacional que entregasse seus suprimentos de ajuda para Gaza nesta quarta-feira e permitisse que fossem distribuídos pela Igreja Católica local, como forma de evitar mais riscos depois que a flotilha foi atacada por drones durante a noite.
A Global Sumud Flotilla está usando cerca de 50 barcos civis para tentar romper o bloqueio naval de Israel a Gaza. Muitos advogados e ativistas, incluindo a ativista climática sueca Greta Thunberg, estão a bordo.
A Itália enviou um navio da marinha para ajudar a flotilha depois que as embarcações foram atacadas por 12 drones em águas internacionais a 30 milhas náuticas (56 km) da ilha grega de Gavdos. Todos os passageiros estavam a salvo depois que os drones explodiram sobre as embarcações, disse Marikaiti Stasinou, porta-voz da Marcha para Gaza Grécia, que faz parte da flotilha.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que a proposta de Roma era entregar a ajuda em Chipre ao Patriarcado Latino de Jerusalém, que então a entregaria.
“É uma proposta que parece ter o apoio do governo cipriota, do governo israelense e, é claro, do governo italiano. Estamos aguardando uma resposta da flotilha”, disse Meloni aos repórteres em Nova York, onde está participando da Assembleia Geral da ONU.
Meloni pediu que a flotilha aceitasse o plano e criticou sua iniciativa de ajuda, chamando-a de “gratuita, perigosa e irresponsável”.
A GSF disse que o ataque afetou 11 embarcações e culpou Israel e seus aliados pelas “explosões, drones não identificados e interferência nas comunicações”, dizendo que não se intimidaria e continuaria a navegar.
NAVIO DA MARINHA ITALIANA MOBILIZADO
O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, condenou veementemente o incidente e disse em um comunicado que o comboio marítimo havia sido alvo de “criminosos atualmente não identificados”.
Ele ordenou que a fragata multifuncional italiana Fasan, que anteriormente navegava ao norte de Creta, se dirigisse à flotilha para possíveis operações de resgate, concentrando-se principalmente nos cidadãos italianos.
A GSF conclamou outras nações a “garantir e facilitar a proteção efetiva, incluindo escolta marítima, observadores diplomáticos credenciados e uma presença estatal de proteção ostensiva. A Itália deu agora um primeiro passo nessa direção”.
Israel tem criticado repetidamente a flotilha, acusando seus ativistas de cumplicidade com o grupo militante Hamas.
Nesta quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Israel reiterou o convite para que a flotilha deixasse a ajuda humanitária em um porto israelense, deixando para as autoridades israelenses a tarefa de levá-la a Gaza, sob pena de sofrer consequências.
“Israel não permitirá que as embarcações entrem em uma zona de combate ativa e não permitirá qualquer violação do bloqueio naval legal”, disse um comunicado do ministério.
Ele não comentou se era responsável pelos drones.
No início deste mês, a flotilha culpou Israel por outros ataques de drones em seus barcos enquanto eles estavam atracados em um porto tunisiano. Israel não respondeu a essas acusações.
((Tradução Redação São Paulo)) REUTERS AC